Quem rompeu o grito que estava parado no ar foi a Paraíso do Tuiuti, ao levar para o sambódromo do Rio o presidente-vampiro, os manifestantes-fantoches a favor do golpe do impeachment, os paneleiros vestidos de verde-amarelo, a crítica aos retrocessos e aquele formidável “Fora Temer” no final, acompanhado por boa parte das arquibancadas.
Por Tereza Cruvinel*
Seguindo os passos de outras escolas que politizaram a Sapucaí, como Paraíso do Tuiuiti e Mangueira, na segunda-feira 12 foi a vez da Beija-Flor de Nilópolis fazer a sua crítica à política nacional. Última a cruzar a avenida, a escola optou por fazer um paralelo entre Frankstein, romance de Mary Shelley que completa 200 anos e as mazelas brasileiras.
Por Ana Luiza Basílio
Em harmonia frenética, os dançarinos esticam e recolhem pernas e braços, empunham sombrinhas coloridas e arriscam acrobacias. Os foliões parecem ligados no 220 ao seguir o sopro eletrizante de trompetes e trombones, as baquetas atacando o couro da caixa feito metralhadoras, no compasso de tubas e surdos. O sangue parece ferver, e uma corruptela desse verbo batiza o ritmo: frevo.
Há anos, em todo Carnaval eu me lembro de Chico Buarque de Hollanda…
Por Mouzar Benedito
Cortando Jaca, Abanando o Fogareiro, Coice de Cavalo, Corta Capim e Currupio, passos históricos de Frevo que renasceram nas mãos dos “Guerreiros do Passo”, um grupo recifense dedicado ao resgate do carnaval de antigamente. Os movimentos esquecidos são recuperados e reintegrados por meio de pesquisas e performances feitas por seus integrantes.
Um grupo de foliões do bloco Boi Tolo, no Rio de Janeiro, ocupou o saguão do aeroporto Santos Dumont na tarde deste domingo (11). Com muita animação e palavras de ordem contra o presidente Michel Temer e o prefeito Marcelo Crivella os foliões fizeram da área pública do aeroporto palco de protesto.
Marcelly Morena foi expulsa de casa aos 16 anos, entrou o mundo do funk e virou princesa do Carnaval da sua cidade, Duque de Caxias. Seu orgulho é romper tabus na tradição do samba.
Durante o feriado de carnaval São Paulo fica tomada pelos bloquinhos de rua. Algum tempo atrás, a capital paulista não tinha tanta tradição nesse riscado, mas, nos últimos anos, o paulistano começou a se aproximar e se apropriar mais dos espaços públicos e isso mudou.
A folia que toma conta do Rio de Janeiro é marcada por uma forte politização, no Sambódromo e nas ruas. Na avenida, será a mais intensa observada em quase três décadas. Entre as 13 escolas de samba do Grupo Especial, a elite do Carnaval carioca, sete irão apresentar enredos de cunho político-social.
Por João Soares
Bloco Barão de Itararé: 29 anos levando alegria e irreverência ao povo do Grande Dirceu.
Os blocos e cordões carnavalescos são encarados com viés preconceituoso e historicamente perseguidos implacavelmente pela polícia, que sempre se esforçou para coibir os atos de “baderna”. Mesmo assim, resistiram e, como “massa de pão”, aumentaram após muita pancada. A avaliação foi feita pelo professor do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e autor do livro A Geografia do Samba na Cidade de São Paulo (Fundação Polisber), Alessandro Dozena.
O mundo está em festa. Do Brasil aos EUA, ao Caribe e à Alemanha, foliões vestem suas fantasias e saem às ruas, com música e trajes típicos