Justiça chilena investigará a morte do general da Força Aérea do Chile Alberto Bachelet, pai da ex-presidente Michelle Bachelet, que faleceu em 1974, depois de ser torturado na Academia de Guerra, durante a ditadura militar (1973-1990).
Os chilenos iniciaram nesta quarta-feira (24) a primeira greve geral, de 48 horas, em duas décadas, desde que terminou a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990). A paralisação, convocada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), é apoiada pela oposição e pelo movimento estudantil, que há três meses faz manifestações em favor de uma educação pública, gratuita e de melhor qualidade.
O primeiro dia da greve geral no Chile foi marcado por embates entre policiais e manifestantes nas principais ruas de Santiago, a capital do país. Por iniciativa dos estudantes e com apoio de várias categorias profissionais, a paralisação se estenderá até amanhã (25) em todo país. A relação de reivindicações inclui desde reformas na educação, em especial a defesa do ensino superior gratuito, até demandas específicas de cada setor.
Panelaços e buzinaços em todo o Chile anunciaram nas últimas horas da terça-feira (23) o início da paralisação nacional exigindo mudanças profundas no modelo social e político.
A estudante chilena Gloria Negrette, de 19 anos que está há 35 dias em greve de fome se encontra em estado grave desde segunda-feira (22/08). Ela aderiu à medida em apoio aos protestos estudantis que lutam por uma profunda reforma na educação do país. Ela se encontra internada no hospital da cidade de Buin. A informação é da agência de notícias France Presse.
O governo do Chile concluiu, depois da realização de um estudo pelo Ministério do Planejamento, que o país possui 11 mil pessoas maiores de 18 anos vivendo em situação de rua.
A apenas 48 horas da paralisação nacional dos trabalhadores chilenos, a adesão de novos grupos estudantis, ambientalistas, trabalhistas e humanitários só aumenta. O presidente da Central Unitária dos Trabalhadores (CUT), Arturo Martínez, diz que já há mais de 80 organizações sociais apoiando o ato, além de um amplo grupo de partidos de oposição.
Santiago está em ebulição. Em todos os cantos da capital chilena, a qualquer hora é possível encontrar pixações, eventos culturais e atividades de apoio às manifestações que se estendem há três meses por todo o país, e não se limitam mais às demandas dos estudantes.
Por Bárbara Mengardo, na Caros Amigos
O presidente do Chile, Sebastián Piñera, recebeu, nesta semana, relatos sobre 32 mil novos casos de violações de direitos humanos ocorridos durante o governo militar de Augusto Pinochet (1973-90).
Em função das recentes manifestações estudantis contra o modelo neoliberalista de eduçação, que provocou até ameaças de morte contra jovens lideranças comunistas, e a organização dos trabalhadores que se preparam para greves contra a violência repressiva do governo de Piñera, violência que atingiu populares e também sedes locais do PC, o presidente do PCdoB, Renato Rabelo, emitiu uma nota de apoio e compromisso com esta luta. Segue abaixo na íntegra:
Depois de três meses de manifestações constantes no Chile, os líderes do movimento concluíram que o saldo das ações é positivo. Estudantes e professores lideram ações em favor de reformas na educação do país, em busca de mais investimentos para o setor e a gratuidade no ensino superior. Há paralisações gerais marcadas para os próximos dias 24 e 25, contando com a adesão de vários sindicatos e entidades de trabalhadores de categorias distintas.
Um novo relatório oficial sobre a ditadura de Augusto Pinochet, o terceiro em 20 anos de democracia, eleva para mais de 40 mil as vítimas desse regime, entre elas 3.225 mortos ou desaparecidos.