Panelaços e buzinaços em todo o Chile anunciaram nas últimas horas da terça-feira (23) o início da paralisação nacional exigindo mudanças profundas no modelo social e político.
A estudante chilena Gloria Negrette, de 19 anos que está há 35 dias em greve de fome se encontra em estado grave desde segunda-feira (22/08). Ela aderiu à medida em apoio aos protestos estudantis que lutam por uma profunda reforma na educação do país. Ela se encontra internada no hospital da cidade de Buin. A informação é da agência de notícias France Presse.
O governo do Chile concluiu, depois da realização de um estudo pelo Ministério do Planejamento, que o país possui 11 mil pessoas maiores de 18 anos vivendo em situação de rua.
A apenas 48 horas da paralisação nacional dos trabalhadores chilenos, a adesão de novos grupos estudantis, ambientalistas, trabalhistas e humanitários só aumenta. O presidente da Central Unitária dos Trabalhadores (CUT), Arturo Martínez, diz que já há mais de 80 organizações sociais apoiando o ato, além de um amplo grupo de partidos de oposição.
Santiago está em ebulição. Em todos os cantos da capital chilena, a qualquer hora é possível encontrar pixações, eventos culturais e atividades de apoio às manifestações que se estendem há três meses por todo o país, e não se limitam mais às demandas dos estudantes.
Por Bárbara Mengardo, na Caros Amigos
O presidente do Chile, Sebastián Piñera, recebeu, nesta semana, relatos sobre 32 mil novos casos de violações de direitos humanos ocorridos durante o governo militar de Augusto Pinochet (1973-90).
Em função das recentes manifestações estudantis contra o modelo neoliberalista de eduçação, que provocou até ameaças de morte contra jovens lideranças comunistas, e a organização dos trabalhadores que se preparam para greves contra a violência repressiva do governo de Piñera, violência que atingiu populares e também sedes locais do PC, o presidente do PCdoB, Renato Rabelo, emitiu uma nota de apoio e compromisso com esta luta. Segue abaixo na íntegra:
Depois de três meses de manifestações constantes no Chile, os líderes do movimento concluíram que o saldo das ações é positivo. Estudantes e professores lideram ações em favor de reformas na educação do país, em busca de mais investimentos para o setor e a gratuidade no ensino superior. Há paralisações gerais marcadas para os próximos dias 24 e 25, contando com a adesão de vários sindicatos e entidades de trabalhadores de categorias distintas.
Um novo relatório oficial sobre a ditadura de Augusto Pinochet, o terceiro em 20 anos de democracia, eleva para mais de 40 mil as vítimas desse regime, entre elas 3.225 mortos ou desaparecidos.
Cerca 40 estudantes do ensino médio completaram nesta terça-feira (16) um mês de greve de fome, em meio a uma série de manifestações que ocorrem há meses no país para protestar contra o descaso em relação ao sistema educacional. Em mais um dia de protestos, estudantes cobram do presidente Sebastián Piñera mais investimentos e garantias da adoção de um sistema público de ensino superior.
Está em curso no Chile um poderoso movimento de mobilização de massas. Teve início e assenta fundamentalmente no protesto estudantil generalizado, mas continua a receber aliados: mineiros do cobre, ambientalistas, índios mapuches, moradores dos bairros degradados. O governo de Piñera responde com a repressão. Resta saber se a violência será suficiente para deter um movimento que conta com a simpatia de 80% da população, farta da continuidade do pós-pinochetismo.
Por Carlos Aznárez, no Diário.Info
A Comissão da Verdade do Chile, que investiga os crimes do regime militar do general Augusto Pinochet (1973-1990), entregará ao presidente chileno, Sebastián Piñera, até esta quinta-feira (18), relatório que pode duplicar o número oficial de vítimas do período. Atualmente, o número oficialmente reconhecido de casos de detenção ilegal, tortura, execuções e desaparecimentos é 28.459.