A União Nacional dos Estudantes (UNE) realiza, entre os dias 18 e 21 de janeiro, o seu 14º Conselho Nacional de Entidades de Base (CONEB) em Recife. Com a participação de quatro mil universitários de todo o país, o encontro terá, na sua abertura, o lançamento da Comissão da Verdade dos estudantes.
A Comissão Nacional da Verdade recebeu nesta terça-feira (15) novos documentos entregues por representantes do governo do Rio Grande do Sul. Em novembro passado, a comissão já havia recebido papéis encontrados na casa do coronel reformado do Exército Júlio Miguel Molinas Dias, assassinado quando chegava em sua casa, em Porto Alegre.
Documentos militares confidenciais encontrados no Arquivo Nacional, em Brasília, revelam que o ex-deputado Rubens Paiva, tido como desaparecido, na verdade foi executado por agentes do DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informação do Centro de Defesa Interna) do Primeiro Exército (Rio de Janeiro).
Neste 8 de janeiro completaram-se os quarenta anos do assassinato pela repressão da combatente contra a ditadura Soledad Barret Videma. O assassinato foi cometido sob comando do torturador Sérgio Fleury e a repressão chegou até Soledad e o grupo de combatentes que foi assassinado com ela devido à traição do famigerado Cabo Anselmo, dedo duro da repressão infiltrado, e que era o companheiro de Soledad e pai do filho que ela carregava no ventre e morreu com ela.
Por Urariano Mota
Em depoimento prestado à Comissão Nacional da Verdade (CNV) em novembro de 2012, o empresário Boris Tabacof demorou 60 anos para revelar as agressões pelas quais passou ao ser preso, por motivos políticos, em 1952.
A Agência Brasil divulgou nesta quinta-feira (10) que o jornalista Ottoni Fernandes — morto por infarto no dia 28 de dezembro de 2012 — iria ajudar a Comissão da Verdade a localizar centro de tortura.
A Comissão da Verdade, Memória e Justiça dos Jornalistas Brasileiros será instalada pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) no próximo dia 18, em Porto Alegre. Além de resgatar a história dos profissionais que foram vítimas da ditadura militar, o objetivo do grupo é editar uma publicação que deve ser entregue à Comissão da Verdade do governo federal até agosto.
De acordo com relato do coordenador da Comissão Nacional da Verdade (CNV), Cláudio Fonteles, publicado neste domingo (30), em 2013, será iniciada a elaboração do relatório circunstanciado. “A comissão vai começar a olhar para a feitura do relatório e [para] as recomendações. Acho que a gente deve apresentar à sociedade brasileira uma proposta de aperfeiçoamento do Estado, para que ele cada vez mais se comprometa com a democracia”
"A lei é muito clara", preambula o corregedor-geral de Justiça de São Paulo, José Renato Nalini, antes de emitir seu veredicto sobre a necessidade de processar os agentes do Estado brasileiro que incorreram em crimes durante a ditadura (1964-1985). "Não se pode varrer poeira para debaixo do tapete."
Foi com emoção que a presidenta Dilma Rousseff instalou, em 16 de maio de 2012, numa cerimônia no Palácio do Planalto, a Comissão Nacional da Verdade, e deu posse aos seus sete membros. Lá estavam todos os presidentes da República do período democrático – José Sarney, Fernando Collor de Mello, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva – e a própria Dilma Rousseff, que citou os falecidos (Tancredo Neves e Itamar Franco).
Ex-procurador-geral da República, Cláudio Fonteles mergulha nos papéis do Arquivo Nacional duas vezes por semana. Com milhares de documentos, quer recriar a ação da ditadura militar na violação de direitos humanos. Produziu mais de uma dezena de análises. “Redescobri os arquivos”, diz o coordenador da Comissão da Verdade, cuja meta é eliminar o risco de outro regime militar no país.
Contrariando decisões anteriores, e os planos da Comissão da Verdade, o governador Sérgio Cabral, do Rio de Janeiro, determina que a antiga sede do DOPS seja transformada em Museu da Polícia e abrigue salas comerciais, bares e restaurantes.
Por Mário Augusto Jakobskind