Pelo menos 400 pessoas estiveram reunidas na audiência pública que sacudiu a Assembleia Legislativa de São Paulo, no final da tarde de quarta-feira (13), que seguiu noite adentro. Na pauta, as cotas raciais nas universidades públicas paulistas. Estudantes, negros e brancos, além dos movimentos pró-cotas, foram os grandes protagonistas do debate, levando o recado aos deputados: “queremos debater e construir uma política inclusiva de cotas.”
Por Deborah Moreira
Da Redação do Vermelho
No começo, fizeram-se as trevas. Um obscurantismo democrático só comparável ao da ditadura militar se abateu sobre a sociedade brasileira em forma de tentativa dos seus setores mais abastados de imporem a todos uma adesão incondicional à manutenção de privilégios injustos a um seu setor literalmente microscópico.
Por Eduardo Guimarães*
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, deve aprovar nos próximos dias a proposta de cotas desenhada por USP, Unesp e Unicamp, que reserva 50% das vagas do vestibular a estudantes do ensino médio público.
"Nós temos uma dívida e esta dívida não foi paga", disse a senadora Marta Suplicy (PT/SP) em defesa do projeto de lei de cotas raciais e sociais para estudantes em universidades públicas e instituições federais de ensino. A matéria foi aprovada em maio pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado, sendo sancionada pela presidenta Dilma em outubro deste ano. Apesar da vitória, a fala de Marta comove pelo fato de as leis serem importantes, porém não suficientes para superar o racismo.
Proposta do líder do PCdoB Raul Carrion estabelece reserva de 15% das vagas para negros e índígenas
Balanço divulgado nesta segunda-feira (29) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão do Ministério da Educação (MEC) que é responsável pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), mais de 5,7 milhões de participantes da edição deste ano do , 2,4 milhões se declararam pardos; 694 mil, pretos e 35 mil, indígenas.
Movimentos sociais comemoram a lei que institui o sistema de cotas raciais e sociais para universidades federais de todo o país, sancionada pela presidenta Dilma Rousseff na tarde de quarta-feira (29). Para a União Nacional dos Estudantes (UNE), agora, depois desse passo importante, os estudantes têm um novo desafio: construir as ações afirmativas para a permanência na universidade desse jovem de baixa renda, além de garantir o acesso à pesquisa.
O PL 06/2007, que institui cotas em concursos públicos para negros foi aprovado na manhã desta quinta-feira (16) , na Comissão de Segurança e Serviços Públicos da Assembleia Legislativa. A proposta de autoria do deputado Raul Carrion foi debatida nas Comissões de Constituição e Justiça e de Cidadania e Direitos Humanos.