“Grande parte desse aumento todo se deu num período em que não havia conflito na Ucrânia, portanto, o argumento de que a guerra é responsável pela carestia não se sustenta”
O custo da cesta básica aumentou 48,3% de fevereiro de 2019 a fevereiro desse ano. Os alimentos essenciais para a vida dos brasileiros passaram, em média, de R$ 482,40, para R$ 715,65, nesse período.
Dos entrevistados pelo Ipespe, 15% consideram o tema mais importante a ser tratado pelo próximo presidente a inflação juntamente com o custo de vida.
O Índice Situação Atual (ISA) caiu 0,2 ponto, para 109,2 pontos, o menor valor desde agosto de 2020, quando o indicador ficou em 98,7 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE) teve redução de 1 ponto, para 103,6 pontos, o menor patamar desde maio deste ano (99 pontos).
A elevação dos preços da indústria, que em última instância afetarão o consumidor, é mais um indício no sentido de uma alta generalizada do custo de vida, que tem atingido em especial as classes mais baixas.
O IPCA-15 mostra que alimentação e bebida já acumulam alta de 5,78% de janeiro até agosto. Nesse período, o arroz já subiu mais de 16% em média, mas atingindo 20% em diversas regiões
A empregada doméstica Luciene Ferreira, moradora de Queimados, na região metropolitana do Rio de Janeiro, tem feito compras em um supermercado popular no bairro de Copacabana, onde trabalha, e carregado as sacolas no transporte público até a sua casa. Ela afirma que lá encontra algumas promoções que não acha perto de seu bairro.
O custo de vida dos brasileiros aumentou depois que o ilegítimo e golpista Michel Temer (MDB-SP) assumiu o governo por meio de um golpe de Estado. A inflação oficial do governo não é a mesma que tem pesado no bolso do trabalhador. Gasolina, botijão de gás, transporte e energia estão cada vez mais caros. A conta de luz, que em 2017 foi reajustada bem acima da inflação (42,8%), vai aumentar novamente este ano e complicar ainda mais o orçamento das famílias brasileiras.
Por Tatiana Melim para CUT
A queda da inflação em 2017 é um fato, como comprovam os vários índices que medem o comportamento dos preços, mas o Dieese – ao divulgar hoje (8) o Índice do Custo de Vida (ICV), calculado na cidade de São Paulo – lembra que a percepção do consumidor não é de queda, porque o resultado final se trata de uma média entre vários itens (quase 600).
Logo no início do ano, o Fundo Monetário Internacional (FMI) revelou que, entre os países emergentes (eufemismo para “economicamente dependentes”), o Brasil é o único em que o custo de vida é mais elevado que nos EUA (Estados Unidos da América).
por Waldemar Rossi*