O assento ocupado pela República Popular da China na ONU é carregado por um simbolismo que vai muito além da legitimidade do governo de Pequim.
Todas as fundações institucionais, produtivas e financeiras da China estarão concentradas na tarefa de construir a plena soberania tecnológica
O fenômeno político, econômico e militar mais importante, anterior à emergência do Coronavírus e que, após o fim da Pandemia, permanecerá, é a disposição dos Estados Unidos em manter sua hegemonia mundial, seu poder de Império, face à ascensão e competição chinesa.
Percebe-se no documento Sopa de Wuhan, assinado por intelectuais badalados como David Harvey, Slavoj Zizek e Alain Badiou, além de um eurocentrismo cujos graves limites de análise são inversamente proporcionais à sua aceitação no seio da esquerda brasileira, um retorno a teses que relacionam o regime chinês a um “despotismo oriental” que um dia ocupou as visões distorcidas de Aristóteles, Voltaire e Wittfogel. Este artigo, publicado originalmente no Observatório da Economia Contemporânea demonstra certa perplexidade sobre o esforço de todos desses pensadores em exilar a China como parte fundamental do mundo pós-pandemia.
China resgatou mais de 850 milhões de pessoas da pobreza desde o início das reformas econômicas em 1978, segundo o Banco Mundial. É mais do que toda a população da América Latina.