Campinas, a 100 quilômetros da capital paulista, teve 17.136 notificações de dengue desde o início do ano, informou a Secretaria Municipal de Saúde. No fim de março, o número de casos era 8.236. O município já registrou uma morte por dengue, de uma mulher de 69 anos, e quatro mortes estão sendo investigadas.
Pesquisadores ainda não chegaram a um consenso sobre o aumento do número de casos de dengue na capital paulista neste ano, nem sobre a migração dos focos da doença de municípios que tradicionalmente registravam muitos casos para outros. As hipóteses vão desde mosquitos melhor adaptados para a transmissão do vírus até transporte de ovos nas lonas de caminhões que interligam a capital com regiões epidêmicas.
O número de mortes por dengue caiu 87% no primeiro trimestre de 2014, comparado a igual período de 2013, com redução de 387, no ano passado, para 47 de janeiro a março deste ano, de acordo com o Boletim Epidemiológico divulgado nesta quinta-feira (23) pelo Ministério da Saúde.
Técnicos do Ministério da Saúde participam nesta terça-feira (22) e quarta-feira (23) de reuniões em Campinas para avaliar a situação epidemiológica da cidade que já registrou 14 mil casos de dengue tipo 1 só este ano. A reunião foi um pedido da Secretaria de Vigilância Sanitária de Campinas para pedir que o ministério auxilie o município a conter os casos da doença. As reuniões serão fechadas e começam a partir das 10h.
Um aparelho portátil e de baixo custo, desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP), é capaz diagnosticar com precisão os pacientes com o vírus da dengue em apenas 20 minutos, já a partir dos primeiros sintomas. A novidade está sendo possível porque um estudo mostrou alta concentração da proteína NS1, produzida pelo vírus.
A cidade de Campinas, no interior do estado, teve 2.793 notificações de dengue nos três primeiros meses deste ano. A Secretaria de Saúde do município informou que a cidade, com mais de 1 milhão de habitantes, vive uma epidemia da doença. Na última quarta-feira (9), foi confirmada a primeira morte por dengue do município, de uma mulher de 69 anos. Ela morreu no dia 25 de março e era moradora da região sul.
A Operação Carnaval que a Secretaria da Saúde do Estado inicia nesta semana vai diminuir o risco e proteger a população de doenças transmitidas por vetores, como dengue, leishmaniose, raiva e leptospirose em 25 municípios.
As chuvas de verão aumentam o risco de proliferação do mosquito transmissor da dengue, doença infecciosa que pode levar à morte. Para chamar a atenção sobre o problema, especialistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgam a iniciativa 10 Minutos Contra a Dengue, criada em 2011, para que as pessoas combatam o foco do Aedes aegypt dentro de casa.
O Ministério da Saúde está financiando um estudo que tem como finalidade indicar as áreas e os públicos prioritários a serem imunizados contra a dengue. O estudo integra as medidas preparatórias para a introdução da vacina contra a doença no Brasil e conta com recursos de R$5,3 milhões.
As altas temperaturas registradas nos últimos dias e o forte calor anteciparam a presença do mosquito da dengue no estado. Atualmente, 11 municípios apresentam áreas com índice de infestação pelo Aedes aegypti acima de 4% (40 imóveis com foco do mosquito a cada mil), considerado de alto risco pelo Ministério da Saúde.
A dengue segue pondo em alerta toda a América Latina. Novos focos na América Central, onde o tipo 2 já matou 50 pessoas, e no Paraguai deixou 233 mortos aumentam o número de vítimas pela doença. Na região a exceção é Uruguai e Chile, que não aparecem como zona de alerta.
O Instituto Butantã, em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), inicia em outubro os testes em seres humanos de uma vacina contra a dengue. A vacina está sendo desenvolvida para combater, em uma única dose, os quatro tipos da doença já identificados no mundo. Segundo Alexander Precioso, diretor de Ensaios Clínicos do Butantã, nenhum outro país tem uma vacina como essa.