O coronel Walter Jacarandá, da reserva do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, admitiu nesta quarta-feira (14), ter participado de sessões de tortura no DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informações-Centro de Operações de Defesa Interna) do 1º Exército do Rio em 1970. Ele presta depoimento conjunto às Comissões Estadual e Nacional da Verdade na Assembleia Legislativa do Estado (Alerj).
Limpar a sociedade de elementos considerados indesejáveis não é uma ideia nova. Em janeiro de 1963, durante o governo de Carlos Lacerda no Estado da Guanabara, uma sobrevivente denunciou que policiais ligados ao Serviço de Repressão à Mendicância da Delegacia de Vigilância atiraram mendigos, recolhidos das ruas, nos rios Guandu e da Guarda. Depois de espancados eram atirados às pedras e lançados nas águas.
Por Angelina Anjos, especial para o Vermelho
Nesta sexta-feira (9), o Comitê Goiano da Verdade, Memória e Justiça vai promover uma atividade para marcar o aniversário de morte de Ismael Silva, um jovem estudante goiano, de apenas 19 anos e que foi assassinado pela Ditadura Militar, numa cela do quartel do Exército, em Goiânia, no dia 09 de agosto de 1972.
Os diplomatas cubanos Jesús Cejas Arias e Crescencio Nicomedes Galañena Hernández foram torturados por agentes da CIA em território argentino durante a última ditadura do país vizinho (1976-1983).
O presidente da Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro e da Comissão Nacional de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Wadih Damous, defendeu a demissão do diretor adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Ronaldo Martins Belham. Ele é filho do general da reserva José Antônio Nogueira Belham, que comandou o DOI-Codi do Rio na época em que o ex-deputado federal Rubens Paiva foi assassinado, após ser preso e levado para o departamento.
Uma série de 13 fotografias pode revelar mais um crime ocorrido no período da ditadura militar brasileira (1964-1985). Imagens e documentos encontrados em 2011 no arquivo do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul por dois estagiários de história podem recontar o que os registros oficiais apontam como suicídio.
Naquele 11 de setembro de 1973 quando os aviões da Força Aérea chilena começaram a bombardear o Palácio de La Moneda fiz uma promessa. Sim, sou de fazer promessas. Quando vi a última fotografia de Salvador Allende, revólver em punho olhando para o céu que não o protegia jurei que só iria ao Chile quando o ditador Augusto Pinochet, o dono do golpe militar, estivesse morto, bem morto.
Por Alberto Villas*, da Carta Capital
O fotógrafo responsável pela foto de Vladimir Herzog enforcado nas dependências do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) visitou nesta segunda-feira (27) a sede do órgão onde eram torturados os presos políticos do período da ditadura militar e onde a foto foi feita. Silvaldo Leung Vieira vive nos EUA, para onde viajou três anos depois de ter feito a fotografia.
Em 2005 escrevi artigo expondo as minhas impressões a respeito do caso "Cabo Anselmo" (Cabo Anselmo e os Neogolpistas). Revelei que não acreditava que o referido militar da Marinha de Guerra do Brasil "tornou-se" um "traidor" dos movimentos armados que se opunham ao golpe militar de 1964, somente após seu retorno do exílio, em 1970.
Por Fernando Soares Campos*
A Comissão Nacional da Verdade apresentou nesta terça-feira (21) em Brasília o balanço de seu primeiro ano de atividades. A CNV realizou 15 audiências públicas em nove unidades da federação e percorreu todas as cinco regiões do país. Nesse período, a Comissão colheu 268 depoimentos (de vítimas, testemunhas e agentes da repressão da ditadura civil-militar de 1964-1985), sendo 207 de vítimas e testemunhas de graves violações de direitos humanos.
O Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro denunciou cinco agentes da ditadura militar pelo sequestro e desaparecimento do jornalista Mário Alves de Souza Vieira, militante político detido ilegalmente em 16 de janeiro de 1970.
Apesar do atraso de décadas para começar a revisar os crimes da ditadura, a advogada pernambucana Rosa Cardoso da Cunha, mestre em direito penal, que integra a Comissão Nacional da Verdade (CNV), diz não se sentir ansiosa com a tarefa que tem pela frente. A revista Isto É realizou uma entrevista com a advogada que o Portal Vermelho reproduz abaixo: