Na próxima segunda-feira (14) a Comissão da Verdade Rubens Paiva realizará na Assembleia Legislativa Paulista o lançamento do livro “Um homem torturado: nos passos de Frei Tito Alencar” com a participação das autoras Leneide Duarte-Plon e Clarisse Meireles, de Frei Betto e o deputado estadual Adriano Diogo (PT).
Conhecido pelo codinome de JC ou Jesus Cristo, o delegado Dirceu Gravina acredita profundamente no Espírito Santo, crença que jamais o permitiria torturar um ser humano. Hoje com 65 anos, o policial até ouviu pessoas gritando na sede do DOI-Codi, em São Paulo, onde trabalhou no início dos anos 1970. Mas acredita que elas deveriam estar simulando.
Entre 1964 e 1985, a ditadura militar no Brasil suprimiu direitos e liberdades. Censurou, prendeu, torturou e assassinou. Muitos lutaram pela redemocratização do País, entre eles, advogados criminalistas que atuaram junto à Justiça Militar na defesa de presos políticos. O livro “Coragem: A advocacia criminal nos anos de chumbo” lista 161 deles. São cerca de 200 páginas com relatos e imagens dos advogados.
Em audiência realizada em São Paulo, nesta segunda-feira (7), a Comissão Nacional da Verdade (CNV) apresentou seu quarto relatório parcial de pesquisas, este dedicado à identificação de centros clandestinos utilizados pela ditadura (1964-1985) para interrogar, torturar, matar, desfigurar e ocultar cadáveres de opositores, com anuência de militares de alto escalão, inclusive no Palácio do Planalto.
Há um consenso no Brasil: a impunidade é a regra, a justiça a exceção. Mas de onde vem essa concepção?
Por Jones Carvalho*
Há pouco mais de uma década, seria impensável a qualquer representante de parcela do pensamento político brasileiro usar o golpe de 1964 como propaganda política. A ditadura militar foi capaz de envergonhar uma parcela enorme da população brasileira, inclusive a esmagadora maioria que se arrependera de apoiá-la – e muita gente a apoiou por atos, pensamentos ou omissões.
Por Maria Inês Nassif, na Carta Maior
Filme de Glauber Rocha chegou às telas uma semana após o golpe de 64, e representou o Brasil no Festival de Cannes, na França. A obra, que retrata o cangaço e a vida no sertão nordestino, teve grande impacto sobre o cinema brasileiro, que sofreu com a censura durante a ditadura militar. Na reportagem especial sobre os 50 anos do golpe, confira como foi a perseguição ao cinema político brasileiro.
Dentro da programação da Comissão Estadual da Verdade pelos 50 anos do golpe militar de 1964, a Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP-Fase) está apresentando, até 30 de junho, no centro cultural da instituição, a exposição Fica Decretado que Agora Vale a Verdade. A entrada é gatruita ao público, que poderá visitar e participar da mostra de segunda-feira a sábado.
A Caravana da Anistia é uma iniciativa da Comissão da Anistia que se propõe a resgatar, preservar e divulgar temas como a anistia política, a democracia e a justiça de transição, além de valorizar o papel de diferentes atores sociais que foram politicamente perseguidos entre os anos de 1946 e 1988, objetivando contribuir para a conservação e consolidação do Estado Democrático de Direito no país, conforme o preâmbulo da solenidade.
O documentário Democracia em Branco e Preto, que será exibido na edição de 2014 da mostra competitiva do Festival É Tudo Verdade nos dias 5 e 6 de abril, no Rio de Janeiro, e 10 e 11, em São Paulo. O longa dirigido por Pedro Asbeg numa co-produção entre a ESPN Brasil, a TV Zero e a Miração Filmes, chega às telas exatamente na época em que o Brasil relembra os 50 anos do golpe de 1964 e os 30 anos da campanha das Diretas Já, em 1984.
Naquele outono de 1968, o Brasil vivia sob um silêncio pesado. Para espiões do regime ditatorial, instalados no colégio Rivadávia Corrêa, no Centro do Rio de Janeiro, quem se organizava na União Nacional dos Estudantes (UNE) e em outras agremiações estudantis, que ousasse contestar o sistema, era considerado como “elemento perigoso”, como consta na minha ficha do Departamento de Ordem Política e Social (Dops).
Por Sergio Nogueira Lopes*
As imagens mais fortes da violência da Ditadura contra os povos indígenas são aquelas que existem como são contadas, e não em fotos ou filmes – ainda que haja fotografias e filmes chocantes. Mas não há registros das dezenas de pessoas mortas espalhadas pela mata, mulheres, velhos, crianças, homens, membros da etnia Arara, após serem contaminados por gripe nas margens da Transamazônica.
Por Felipe Milanez*, na Carta Maior