Há 50 anos o Brasil tornou-se refém da ditadura militar. Hoje, enquanto vítimas do golpe são esquecidas, escolas carregam o nome de pessoas que colaboraram para a queda do governo democrático e para a imposição de um regime de terror no país naquele fatídico 31 de março.
Dia 1º de abril de 1964. Uma data triste para a história do Brasil. Nesse dia, a espinha dorsal da ordem democrática brasileira foi quebrada pelo golpe militar. Depois daquele dia, a ditadura, com todo seu arsenal, sobreviveu por vinte e um anos e deixou cicatrizes profundas no seu povo. O silêncio foi imposto e o medo espalhado através de prisão, tortura, exílios e morte de muitos brasileiros.
Por João Ananias*
A Câmara Municipal de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, realizou um ato em que restituiu simbolicamente os mandatos de prefeitos e vereadores cassados pelo Golpe Militar, em 1964.
No dia 18 de março, a atriz Fernanda Azevedo, da Kiwi Cia. de Teatro, recebeu o prêmio de melhor atriz na 26ª edição do Prêmio Shell, em São Paulo. A premiação se relacionou ao seu trabalho na peça Morro como um país, que esmiúça os elementos constitutivos da ditadura brasileira – e de outras ditaduras do século 20 – e os relaciona com suas permanências no presente.
Os chanceleres do Brasil e do Chile anunciaram nesta quinta-feira (3) que os dois países assinarão um acordo na área de direitos humanos para a troca de informações sobre cidadãos brasileiros presos no Chile e chilenos presos no Brasil durante os regimes militares. Segundo o ministro Luiz Alberto Figueiredo Machado, uma missão da Comissão Nacional da Verdade (CNV) viajará a Santiago no fim de abril para fazer um levantamento e trocar as primeiras informações.
O livro "Coragem – Advocacia Criminal nos Anos de Chumbo", com depoimentos de 161 advogados criminalistas que atuaram na defesa de perseguidos políticos durante a ditadura militar no Brasil, foi lançado nesta quarta-feira (2), na Câmara dos deputados, em Brasília. A publicação, organizada pelo deputado José Mentor (PT-SP), é uma iniciativa da Ordem dos Advogados do Brasil, com apoio da Petrobras.
A 81ª edição da Caravana da Anistia da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça será realizada nesta sexta-feira (4), na Câmara Municipal da capital paulista. A atividade acontece no Plenarinho, às 14h30, será aberta ao público.
Mario Cesar Fonseca da Silva, advogado e militante da rede memória, verdade e justiça em Mato Grosso do Sul acompanhou um ato de “descomemorar” os 50 anos do Golpe de 1964, na última terça-feira (1°/04). O "escracho" em frente a casa do tenente da reserva conhecido por Chico Dólar – assassino e torturador confesso de militantes oposicionistas dos governos militares – por pouco não acabou em tragédia. Segue abaixo o artigo de Mario Cesar.
O Tuca (Teatro da Universidade Católica) de São Paulo foi palco, na noite desta quarta-feira (2), de um grande ato em homenagem aos milhares de militantes que durante os 21 anos de ditadura militar resistiram e lutaram por liberdade e justiça. A atividade contou ainda com a inauguração do monumento Nunca Mais, em homenagem aos mortos e desaparecidos no período de 1964 a 1985 pelo regime imposto.
Por Mariana Serafini, do Vermelho
O ato do Comitê Baiano pela Verdade (CBV) em memória dos 50 anos do golpe militar, que aconteceu na última terça-feira (1º/4), em Salvador, reuniu vítimas da ditadura militar na Bahia. Entre elas, estava o dirigente estadual e nacional do PCdoB Péricles de Souza, um dos principais nomes da luta pela resistência ao autoritarismo no estado e em toda a região Nordeste.
“Ditadura nunca mais. Cultura para todos!”. Este foi o grito que ecoou pela Câmara dos Deputados na terça-feira (01/04), durante o Manifesto Cultural “Ditadura Nunca Mais – Cultura e Resistência ao Golpe de 64”, realizado pela Comissão de Cultura, no Hall da Taquigrafia.