Foi lançada esta semana na internet a página que pede a instalação de uma comissão destinada a apurar as relações entre a Universidade de São Paulo (USP), a maior do país, e a ditadura (1964-85). O trabalho é realizado pelo Fórum Aberto pela Democratização da USP, que reúne o Diretório Central de Estudantes (DCE), a Associação dos Docentes (Adusp), o Sindicato dos Trabalhadores (Sintusp) e vários centros acadêmicos.
O ex-delegado do Departamento de Ordem Política e Social (Dops) Cláudio Guerra foi um dos policiais mais poderosos a atuar na repressão do regime militar entre as décadas de 1970 e 1980. Embora, segundo ele, tenha matado quase uma centena de pessoas, ressaltou que nunca torturou.
Uma cerimônia de reparação aos presos políticos foi realizada nesta segunda-feira, 4 de maio, no município de Niterói, no Rio de Janeiro.
A Comissão de Direitos Humanos da Seção Mineira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG) conclui um dossiê, que contabiliza quase mil páginas, e será entregue à Comissão da Verdade ainda neste mês pedindo a investigação da morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek.
Em meio a crise que assola a Europa, da Grécia a Espanha, passando por Portugal e Irlanda, os jovens, também no continente americano, saem as ruas para manifestar o desagrado com a austeridade pregada por governos de seus países.
Por Mário Augusto Jakobskind*, no Direto da Redação
Paulo Egydio Martins, governador de São Paulo entre 1975 e 1979, afirmou, em entrevista à Globonews, que a morte do jornalista Vladimir Herzog, em 25 de outubro de 1975, não se deu por suicídio: “Se maquiou um suicídio! O suicídio foi maquiado! Não houve suicídio! Herzog foi assassinado dentro das dependências do 2º Exército na rua Tutóia, em São Paulo”, confessou.
O ministro da Defesa, Celso Amorim, sugeriu nesta segunda-feira (4) que os centros de informações dos três comandos das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) estarão à disposição da Comissão da Verdade. O colegiado, composto por sete integrantes, terá dois anos para investigar crimes contra os direitos humanos entre 1946 e 1988.
É do conhecimento até do mundo mineral que nunca escrevi uma única, escassa linha para louvar os torturadores da ditadura, estivessem eles a serviço da Operação Bandeirantes ou do DOI-Codi. Ou no Rio, na Barão de Mesquita. E nunca suspeitei que a esta altura da minha longa carreira jornalística me colheria a traçar as linhas acima. Meu desempenho é conhecido, meus comportamentos também.
Em sigilo, começou esta semana a autópsia da ditadura brasileira. Durante 16 horas de depoimento em Vitória, ES, ao longo de segunda (28) e terça-feira (29), o ex-delegado do DOPS Cláudio Antônio Guerra e o ex-sargento do DOI-CODI Marival Chaves Dias do Canto falaram pela primeira vez e formalmente ao Ministério Público Federal, na presença da coordenadora da Comissão Parlamentar da Verdade da Câmara, deputada Luiza Erundina (PSB-SP).
A partir de 17 de junho, o Arquivo Nacional vai disponibilizar ao público documentos do período do regime militar (1964-1985). A divulgação do material, noticiada nesta terça-feira (29), ocorrerá em função da nova Lei de Acesso à Informação. Serão cerca de 16 milhões de páginas de acervo que incluem, entre outras coisas, dados sobre a repressão política no país e a vida privada de servidores de 38 órgãos de governo, como Forças Armadas, universidades e estatais.
Professor emérito da Faculdade de Direito da USP vê resquícios da ditadura na universidade e cobra apuração dos elos entre o regime e a instituição.
Por Leandro Melito, da Rádio Brasil Atual
Em um futuro breve, quem passar em frente a mais de dez locais de Porto Alegre poderá saber, da calçada mesmo, que ali houve prisões políticas ou tortura – ou as duas coisas. Na última terça (22), a Prefeitura e o Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH) assinaram um convênio para implantar o projeto Marcas da Memória. O movimento vai mapear os locais e a Prefeitura fará a identificação, com uma placa ou algo semelhante.