Causou estranheza o fato de a Comissão Nacional da Verdade ao apresentar um balanço sobre um ano de atividades dedicasse pouca informação relacionada com a participação do setor empresarial na ditadura. Para se passar o país a limpo será necessário ir fundo nessa questão, porque muitos apoiadores do regime de força hoje se apresentam como democratas desde criancinha, na prática enganando a opinião pública.
Por Mário Augusto Jakobskind*, no Direto da Redação
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, apelou nesta quarta-feira (29) para que os governos contribuam no combate aos desaparecimentos forçamentos e ao fim da impunidade contra os responsáveis por essas ações. Segundo ele, cabe às autoridades reparar as vítimas e levar os responsáveis à Justiça. Kim-moon defendeu a busca pela “verdade e restauração da memória histórica”, ao se referir aos países que enfrentaram governos ditatoriais.
A Comissão Nacional da Verdade (CNV), o Ministério Público Federal no Rio Grande do Sul (MPF-RS) e a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH) conduzirão os esforços multidisciplinares nacionais e internacionais para a exumação dos restos mortais do presidente João Goulart, morto na Argentina em 6 de dezembro de 1976.
O candidato do Brasil a uma das três vagas na Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos, Paulo Vannuchi, disse nesta terça-feira (28) ser "inegociável" a punição dos culpados por mortes e torturas na ditadura militar.
O membro do Comitê Central do PCdoB e ex-deputado federal Haroldo Lima disse ter recebido com otimismo a notícia da implantação da Comissão Especial da Verdade na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), no último dia 14. O objetivo da comissão é investigar, na Bahia, os casos de violações dos direitos humanos durante a ditadura militar (1964-1985).
Motivada por afirmações de membros da Comissão da Verdade referentes à necessidade de reinterpretação da Lei da Anistia, esta Folha abriu mais uma vez espaço importante para o debate a respeito do problema. Artigos assinados e editoriais apareceram nos últimos dias mostrando como esta é uma discussão da qual o Brasil não pode escapar.
Por Vladimir Safatle*
O fotógrafo Silvaldo Leung Vieira, ex-funcionário da Polícia Civil de São Paulo e autor da fotografia do jornalista Vladimir Herzog morto em 1975, visitará nesta segunda (27) o local onde funcionou o extinto DOI-Codi – um dos principais órgãos da repressão na ditadura militar (1964-1985).
Presa e torturada em 1970, a atriz Bete Mendes encontrou o coronel Brilhante Ustra numa viagem ao Uruguai em 1985. Ela era deputada federal, e ele atuava na embaixada em Montevidéu. Na volta, ela denunciou Ustra ao presidente Sarney. Aos 64, a atriz diz não temer retrocessos, mas pede atenção aos movimentos contra a democracia.
Em 2005 escrevi artigo expondo as minhas impressões a respeito do caso "Cabo Anselmo" (Cabo Anselmo e os Neogolpistas). Revelei que não acreditava que o referido militar da Marinha de Guerra do Brasil "tornou-se" um "traidor" dos movimentos armados que se opunham ao golpe militar de 1964, somente após seu retorno do exílio, em 1970.
Por Fernando Soares Campos*
O general uruguaio Miguel Dalmao foi condenado a 28 anos de prisão por homicídio, com agravantes na morte de uma prisioneira comunista, Nibia Sabalsagaray, torturada na prisão em 1974. O advogado de Dalmao, Miguel Langón, recorreu da sentença. Diante da condenação, feita pela Suprema Corte de Justiça do Uruguai, o escritor Agassiz Almeida endereçou ao presidente do Uruguai José Mujica uma mensagem parabenizando a decisão. Abaixo, a íntegra da carta.
Militantes e representantes de entidades da sociedade civil avançam na criação de um espaço para contar a história de todos que lutaram contra a Ditadura Militar. O seminário “Memorial da Resistência Carlos Marighella: reflexões e subsídios ao processo de implantação” acontecerá neste sábado (25/5), das 9h às 12h, no auditório do Conselho Estadual de Cultura da Bahia, na avenida Sete de Setembro, Centro de Salvador.
Nesta sexta feira (24), a Secretaria de Direitos Humanos (SDH), em parceria com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), lança o livro: “Camponeses Mortos e Desaparecidos: Excluídos da Justiça de Transição”. Durante o lançamento do livro haverá ainda a Exposição Memória Camponesa do período de 1946 à 1988.