O presidente Temer justificou a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro pela necessidade de combater o crime organizado, que estaria próximo de tomar conta do estado. Sem discutir aqui a eficácia do aumento do poderio militar para reduzir a violência urbana nem as consequências sociais e institucionais da intervenção, apenas apontam-se algumas razões econômicas que ajudam a explicar o aumento da violência no estado.
Por Emilio Chernavsky*
Com a tramitação da reforma da Previdência suspensa, o governo anunciou sua nova pauta prioritária para o Congresso, que reúne 15 projetos da área econômica. A agenda, considerada pela gestão importante do ponto de vista fiscal, aponta para mais retrocessos. Inclui temas como a privatização da Eletrobras, a desoneração da folha de pagamento, autonomia do Banco Central, "atualização" da Lei Geral de Telecomunicações e extinção do Fundo Soberano.
Uso político do Exército no Brasil pode estar a serviço do receituário neoliberal, cujo produto final resultaria no abandono da democracia, dando lugar ao autoritarismo. EUA e França correm risco parecido.
Por Marcio Pochmann*
A economista portuguesa naturalizada brasileira, Maria Conceição Tavares fala da saída democrática para a crise econômica, mas que não é possível resolver a economia sem antes resolver a crise política que o país passa. "O Brasil precisa sair do arrocho político e econômico", diz e apresenta algumas saídas.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) mais uma vez confirmou a expectativa majoritária dos "mercados" e reduziu em 0,25 ponto percentual a taxa básica de juros, a Selic, agora para 6,75% ao ano, no menor nível em termos nominais. Foi o 11º corte seguido desde outubro de 2016, quando a taxa estava em 14,25%. A decisão foi unânime.
Tenho assistido à conferência anual do Fórum Económico Mundial em Davos, na Suíça – onde a chamada elite global se reúne para discutir os problemas do mundo – desde 1995. Nunca saí tão desalentado como este ano.
Por Joseph E. Stiglitz
A medição da renda e riqueza per capita das ocupações principais dos declarantes do imposto de renda possibilita entender o seu poder de barganha na economia de um país atrasado em direitos e deveres da cidadania.
Por Fernando Nogueira da Costa*
Para o economista Ladislaw Dowbor, a proposta das oligarquias não funciona em termos éticos, políticos nem econômicos. “O nosso problema é muito mais de uma oligarquia que gera um poder econômico brutal, que ela transforma em poder político”, disse.
O IBGE divulgou na última semana que a indústria brasileira voltou a crescer. Depois de fechar no vermelho por três anos seguidos, o setor teve alta de 2,5% em 2017. Para o professor de economia da Unicamp, Marcio Pochmann, contudo, a melhora “é pontual” e as condições que a viabilizaram dificilmente se repetirão.
“O que temos hoje no Brasil não é uma feridinha à toa que possa ser tratada com um pouco de mertiolate ou coberta com um esparadrapo. O Estado e a sociedade brasileira estão em uma mesa de cirurgia. O corte é profundo, órgãos vitais foram atingidos, o sangramento é dramático”.
O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, anunciou nesta sexta-feira (2) um bloqueio de R$ 16,2 bilhões no Orçamento de 2018. Deste total, que foram alocados como reserva de contingência, o governo espera reverter R$ 8,2 bilhões nos próximos meses, por meio do envio de um projeto de lei ao Legislativo.
As medidas econômicas tão festejadas pelo atual governo – além de não terem consigo uma retomada sustentada da atividade – não têm aprovação popular. É o que mostra pesquisa Ibope encomendada pelo próprio Planalto e divulgada nesta sexta (2) pela Folha de S.Paulo. Segundo o levantamento, 82% desaprovam a atual política de juros, 69% não avaliam bem a condução das medidas para o controle da inflação e 74% não aprovam as ações para combater o desemprego.