Se emocione com a iniciativa de milhares de pessoas em todo o mundo que apóiam a revolução egípcia e exigem o fim do governo do presidente Hosni Mubarak. Nesta terça-feira (8) o país entrou no 15º dia de protestos. Segundo as agências internacionais, longe de mostrar cansaço, os manifestantes revelam vigor e disposição, já que nos últimos dias as manifestações têm batido recordes de participação.
“A política do governo dos EUA de maximizar os deficits orçamental e comercial e a política da Reserva Federal de monetarizar o deficit orçamental e os fraudulentos ativos em papel dos grandes bancos, fazem com que o dólar caminhe para o seu desaparecimento. Talvez não esteja longe o dia em que os governantes deixem de vender os seus povos a troco de dinheiro estadunidense”, artigo de Paul Craigs Roberts.
O comitê central do partido Tudeh, do Irã, divulgou um comunicado no último domingo em solidariedade ao movimento que luta contra o regime do ditador Mubarak, no Egito, há cerca de 15 dias.
Os principais jornais e analistas do ocidente têm falado cada vez mais na conveniência de em se adotar um “modelo turco” no Egito, em que militares atuariam de forma a conter o radicalismo islâmico dentro de um modelo constitucional. Tornou-se freqüente nos últimos dias ouvir a avaliação de que os militares têm sido uma força fundamental para manter a calma e a estabilidade nessa crise e espera-se que cumpram um papel crucial na transição que se anuncia.
Por Reginaldo Nasser*, em Carta Maior
A oposição decidiu intensificar a partir desta terça-feira (8) as manifestações em protesto ao governo do presidente do Egito, Hosni Mubarak. Na manhã do 15º dia de protestos no país, milhares de pessoas ocuparam a Praça Tahrir – local de concentração das manifestações no Cairo. Centenas de manifestantes acamparam em tendas e alguns se abrigaram perto dos tanques do Exército, estacionados nos arredores da praça.
Será estrada longa, de ventanias, traiçoeira e talvez sangrenta, antes que a revolução popular egípcia sequer sonhe com aproximar-se do modelo da Indonésia pós-Suharto (a democracia maior e mais plural que se conhece, em país de maioria muçulmana) ou do modelo da Turquia atual (também sancionado nas urnas).
Por Pepe Escobar, no Asia Times Online
Diversos pesadelos rondam a mente das autoridades de Israel sobre o "dia seguinte" à queda do atribulado regime egípcio, convencidas de que a estabilidade de seu país depende da continuidade de Hosni Mubarak no convulsionado país vizinho.
Pierre Klochendle, na agência IPS
O Egito foi o segundo grande receptor de ajuda externa dos Estados Unidos durante décadas, depois de Israel. O regime de Mubarak recebeu cerca de US$ 2 bi ao ano desde que assumiu o poder, em sua imensa maioria para as forças armadas. Onde foi parar esse dinheiro? Foi para empresas dos EUA. O dinheiro vai para o Egito e logo volta para pagar aviões F-16, tanques M-1, motores de aviões, mísseis, pistolas e latas de gás lacrimogêneo.
Por Amy Goodman, em Democracy Now!
O povo egípcio, de 1981 até hoje, vive sob uma Lei de Emergência e um regime de ditadura militar, ferramentas do governo de Mubarak para atropelar direitos básicos e restringir a liberdade garantida pela Constituição egípcia, o que levou à perda do sabor de se viver num Estado democrático de Direito.
Por Mohamed Habib
Milhares de manifestantes mantiveram nestes domingo (06) e segunda (07) a vigília na Praça Tahrir, no Cairo, mesmo depois de iniciado o processo de negociação entre o governo do presidente egípcio, Hosni Mubarak, e a oposição. Nas negociações, que começaram no 13º dia de protestos pela renúncia de Mubarak, o vice-presidente egípcio, Omar Suleiman, ofereceu a criação de um comitê para estudar reformas constitucionais.
Para o professor de Relações Internacionais da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) Williams Gonçalves, a crise política que abala, não apenas o Egito, mas grande parcela do mundo árabe, tem origem bem definida: a opção de alguns governantes da região pelo neoliberalismo.
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, afirmou que o Brasil “tem uma posição de cautela, observação e apoio à democracia” em relação aos recentes conflitos no Egito e não fará pedidos pela saída imediata do presidente Hosni Mubarak.