Dilma Vana Rousseff já teve muitas vidas, muitos nomes e muitos projetos de vida. O que ela nunca imaginou é que seria a primeira mulher brasileira a conquistar, pelo voto, o mais alto cargo da República, até agora ocupado só por homens. Ela foi eleita presidente com 55,5 milhões de votos, correspondentes a 56,01% dos votos válidos, derrotando José Serra, do PSDB, que teve 43,606 milhões de votos, ou 43,99% do total de votos válidos (com 99,56% das urnas apuradas).
Por Tereza Cruvinel, na EBC
José Serra (PSDB-SP) chegou à sua segunda – e mais marcante – derrota em eleições presidenciais marcado por, ao menos, dois erros estratégicos que lhe custaram caro. Primeiro, o tucano não conseguiu anular a elogiável disputa plebiscitária montada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para Dilma Rousseff. Segundo, Serra escondeu o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso durante todo o primeiro turno e dissimulou ao máximo para não se apresentar como candidato de oposição. Nada deu certo.
A eleição de Dilma Rousseff abre nova fase no desenvolvimento político e da luta popular no país. Foi clara a escolha do povo brasileiro pelo aprofundamento da democracia, o fortalecimento da soberania nacional e a promoção da justiça social, que marcaram o período do governo Lula e estiveram na base do programa da presidente eleita. Os brasileiros rechaçaram o atraso, o obscurantismo, o entreguismo e as ameaças de criminalização das lutas e organizações populares.
Por José Reinaldo Carvalho*
Ainda no domingo (1º), logo depois das eleições, um dos coordenadores da campanha tucana, Xico Graziano, já responsabilizava o ex-governador Aécio Neves (PSDB) pela derrota de José Serra no segundo maior colégio eleitoral do país. “Perdemos feio em Minas Gerais. Por que será?!”, dizia Graziano a quem quisesse ouvir.
Enquanto o País vai se acostumando à vitória de Dilma Rousseff, uma nova batalha começa. Nem é preciso sublinhar quão relevante, objetivamente, é o fato de ela ter vencido a eleição, nas condições em que aconteceu. Ela é a presidente do Brasil e, contra este fato, não há argumentos.
Por Marcos Coimbra, na CartaCapital
Poucas horas depois de ser anunciada vencedora das eleições presidenciais de 2010l, Dilma Rousseff fez um firme e emocionado pronunciamento público, em defesa da continuidade do governo Lula. “Agradeço muito especialmente ao presidente Lula. Ter a honra de seu apoio, ter o privilégio de sua convivência, ter aprendido com sua imensa sabedoria, são coisas que se guarda para a vida toda”, declarou.
O encerramento das eleições 2010 foi fúnebre para a direita no Amazonas. Além da vitoria de Vanessa Graziotin (PCdoB) sobre Arthur Virgilio Neto (PSDB), na disputa por uma vaga ao Senado, e o aniquilamento eleitoral da presidente eleita Dilma Rousseff (PT) sobre o tucano José Serra (80% x 20%) no Amazonas, pouco restou ao bloco conservador.
Os amazonenses deram a primeira mulher eleita presidente do Brasil, Dilma Roussef (PT), a maior votação proporcional de todo país. Dilma obteve 80% dos votos, o que representa 1.135.063 eleitores, contra 20%, ou 274.330, votos de José Serra (PSDB). A popularidade de Lula no estado e o apoio dos senadores eleitos Vanessa Grazziotin (PCdoB) e Eduardo Braga (PMDB), além do governador reeleito Omar Aziz (PMN) ajudaram a futura presidente.
A vitória de Dilma Rousseff para a Presidência da República neste 31 de outubro de 2010 abre mais um capítulo na trajetória que tem sido trilhada pelo Brasil e por outros países da América Latina. Representa, interna e externamente, a manutenção de uma alternativa popular, progressista e de esquerda na condução de países que por anos, em sua história moderna, sofreram pela ingerência de grandes potências e pela interrupção democrática trazida por ditaduras sanguinárias.
Num eloquente e emocionado pronunciamento, o primeiro como presidente eleita, Dilma Rousseff reafirmou os seus compromissos de campanha e manifestou a confiança de que contará com o apoio do povo brasileiro e dos partidos aliados para cumprir a meta histórica de erradicar a miséria e criar oportunidades para todos os brasileiros.
O resultado das eleições presidenciais do segundo turno na Bahia dá 70% para Dilma Roussef e 29% para Serra com 96% das urnas apuradas. Muito antes da confirmação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) da vitória da candidata, militantes dos partidos que apóiam Dilma já estavam no Largo do Rio Vermelho, em Salvador, vestidos com camisetas vermelhas e adesivos de peito com a marca da campanha. Gritos de "Dilma! Dilma!" estão em sintonia com o balanço das bandeiras vermelhas, em comemoração.
Até a última urna apurada Neudo Campos (PP) e José de Anchieta Junior (PSDB), disputaram voto a voto o cargo de governador de Roraima. Com 99,66% dos votos apurados, sem condições reversão do resultado, venceu Anchieta com 50,43% dos votos contra 49,57% de Campos, com uma diferença de menos de dois mil votos.
