O secretário geral do sindicato espanhol CCOO (Comissões Operárias), Ignacio Fernández Toxo, crticou nesta sexta (22) o chefe do governo, José Luis Rodríguez Zapatero, pela estratégia de reduzir deficit público em detrimento dos direitos sociais e trabalhistas. Toxo qualificou o ato como "um ataque ao bem-estar do Estado".
Em três anos de crise, a pobreza e a exclusão social se alastram na Espanha, como há muito não se via. Segundo um estudo da Caritas, entre 2007 e 2010, a recessão e o desemprego produziram 800 mil novos excluídos.
Pois é. O país é bonito. As pessoas são simpáticas. É a terra da arte de Picasso, Goya e Dalí, do cinema de Pedro Almodóvar, do bicampeão de Fórmula 1 Fernando Alonso, da atual seleção campeã do mundo no futebol.
Por Tatiana Nascimento, em seu blog
Desemprego é a principal preocupação de 84% dos habitantes da Espanha, por isso a chamada “rede social dos desempregados”, a Parabook, cresce rapidamente e serve de parâmetro para pesquisas de perfis socioeconômicos. Grande parte dos usuários não culpa o governo pela crise, mas o sistema financeiro, segundo declarações postadas no site.
Conhecidos juristas, artistas e intelectuais espanhóis fizeram um chamado para que se aproveite a mobilização popular, que tem tomado as ruas deste país contra o descrédito da política, para recuperar os ideais e reconstruir a esquerda.
Ao menos 150 mil manifestantes tomaram ruas das principais cidades da Espanha neste domingo (20) em protestos contra o alto índice de desemprego, as perspectivas econômicas e os políticos. Apoiado por diversos grupos sociais, o movimento reivindicativo 15-M saiu reafirmou sua indignação com o modelo político e econômico imperante na Europa.
Milhares de manifestantes protestaram este domingo (19) nas ruas de Madri e em quase uma centena de cidades espanholas, na primeira grande manifestação do Movimento 15-M desde seu surgimento há um mês.
Passados dias de relativo esquecimento dos protestos iniciados com o 15-M por parte dos meios de comunicação, até então mais preocupados em divulgar o resultado das eleições municipais espanholas, o movimento volta a estampar as páginas das principais agências de notícia do país.
Por Fabíola Munhoz, na Carta Maior
Os acontecimentos da Espanha, pelo seu significado, estão a polarizar a atenção da Europa e de milhões de pessoas noutros continentes. Em Washington, Berlim, Paris e Londres, o acampamento da Puerta del Sol, inicialmente encarado como iniciativa folclórica de jovens pequeno-burgueses frustrados, gera agora preocupação.
Por Miguel Urbano Rodrigues*
“O Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) não vai fazer nada depois do descalabro das eleições do último domingo (22). Tentará lançar outro candidato com o qual volte a enganar a população dizendo que é socialista e operário”, comentou para Cubadebate o jornalista e ensaísta espanhol Pascual Serrano.
Ainda é cedo para avaliar de quais formas o movimento 15-M impactou as eleições regionais e municipais na Espanha, realizadas neste domingo (22). No entanto, o alto número de votos brancos e nulos, combinado com uma participação 2,26% maior do que em 2007, indica um aumento do descontentamento com a classe política, conforme foi demonstrado ao longo da semana passada por meio das manifestações organizadas em Madri e ao redor do mundo.
“O PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol) perdeu claramente as eleições. Os espanhóis manifestaram seu mal-estar e, por isso, este castigo nas urnas era esperado.” Foi assim, sem meias palavras, que o primeiro-ministro da Espanha, José Luiz Rodríguez Zapatero, reconheceu o avanço da direita nas eleições deste domingo (22).