Nos próximos dias, o governo dos Estados Unidos deverá prestar esclarecimentos ao Brasil sobre as denúncias de espionagem à presidenta Dilma Rousseff, a assessores e cidadãos brasileiros. A previsão, segundo Dilma, é que o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo Machado, converse até o dia 12 com a conselheira de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Susan Rice.
"Brasil é o grande alvo dos EUA" foi o título de uma das mais lidas notícias esta semana. Ao lado das manchetes que anunciavam armas químicas usadas pelo regime de Assad, na verdade um claro pretexto para a derrubada do governo sírio, essa notícia da espionagem contra nosso país desnuda a política do governo dos Estados Unidos.
Por Urariano Mota
Em entrevista na última quarta-feira (4), ao jornalista indiano Shobhan Saxena, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou as recentes descobertas sobre espionagens estadunidenses em diversos países do mundo. Lula afirmou que a primeira medida que se espera do presidente dos EUA, Barak Obama, é um pedido de desculpas "pela insensatez americana de achar que pode controlar as comunicações do mundo inteiro sem levar em conta a soberania de cada país".
O parlamentar do PCdoB declarou apoio a presidente Dilma Rousseff e exigiu explicações do governo dos EUA.
A presidenta Dilma Rousseff disse nesta sexta-feira (6), em São Petersburgo, na Rússia, que o presidente dos Estados Unidos, Barak Obama, se comprometeu a assumir a responsabilidade direta pela investigação das denúncias de espionagem a dados pessoais dela, de assessores e de cidadãos do Brasil. Os dois presidentes tiveram um encontro bilateral nesta quinta (5), paralelo às atividades da 8ª Cúpula do G20, países que englobam as maiores economias mundiais.
A presidenta Dilma Rousseff cancelou o envio a Washington da equipe formada por funcionários da Presidência da República, responsável por preparar sua primeira visita aos Estados Unidos com honras de Estado. Os brasileiros viajariam no sábado (7). A equipe, formada por seguranças, diplomatas e funcionários do cerimonial, deveria ficar em Washington por cinco dias, para preparar a agenda de compromissos e verificar as instalações.
A vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), leu nota no início da reunião desta quarta-feira (4), da Comissão, quando anunciou que a “Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados acompanha atentamente estes acontecimentos, afirmando que se faz necessário o célere ajustamento de conduta onde não pairem incertezas e dúvidas nas relações bilaterais e a definição de medidas que inibam ações semelhantes”.
As bancadas do PCdoB na Câmara e no Senado divulgaram, na noite desta terça-feira (3), nota de repúdio contra as ações de espionagem do governo dos Estados Unidos de cidadãos brasileiros e também do governo brasileiro. E conclamam todas as forças políticas a se unirem em apoio ao governo no sentido de exigir dos EUA uma explicação para sua ação de espionagem, bem como uma necessária retratação perante o Brasil e à comunidade de nações.
O deputado estadual Lula Morais (PCdoB), em pronunciamento na sessão plenária desta terça-feira (03/09), criticou a atitude dos Estados Unidos de espionar a Presidenta Dilma Rousseff e seus assessores para obter informações privilegiadas. Para o parlamentar, a violação da privacidade da presidenta e de seus auxiliares é inaceitável e agride a soberania brasileira, além de demonstrar a arrogância dos EUA em suas relações externas.
Por que estamos em guerra? Porque esta é a principal característica da pax americana: Kosovo, Irã-Iraque, Iraque, Afeganistão, Líbano, Palestina, Líbia, Síria, Israel. Por enquanto, enquanto durarem os escudos chinês e russo, descansam os eurasianos. Mesmo assim, Rússia e China não estão livres da espionagem eletrônica. Neste ponto, fazem companhia a Brasil, México, Venezuela, Irã e Paquistão.
Por Roberto Amaral*, na CartaCapital
Na primeira reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Espionagem, nesta terça-feira (3), foi aprovado requerimento solicitando proteção da Polícia Federal para o jornalista Glenn Greenwald e seu companheiro, David Miranda, que vivem no Brasil. Greenwald foi o responsável por expor programas secretos dos Estados Unidos com base em dados vazados pelo ex-técnico da Agência de Segurança Americana (NSA) Edward Snowden.
Entidades de várias frentes dos movimentos sociais do Ceará realizam nesta quarta-feira (04/09), um ato público contra a espionagem norte-americana, em defesa da soberania dos povos, principalmente ao povo Sírio, e pela paz. A manifestação será na Praça do Ferreira, a partir das 16h.