No Reino Unido ou na Alemanha, um premiê eleito pelo Parlamento ocupa o centro da ação política. Não na França, onde o protagonismo cabe ao presidente.
Entre escândalos e promoções de candidatos inesperados, a França se prepara para assistir às urnas, no próximo mês de abril, em umas eleições que decidirão o presidente e o futuro da nação
Por Gabriela Ávila Gómez, no Granma
A pedido da justiça da França, o Parlamento Europeu decidiu nesta quinta-feira (2) retirar a imunidade da neofascista Marine Le Pen, pelo caso da publicação no Twitter de imagens violentas do Estado Islâmico (EI).
Uma verdadeira tempestade foi desatada na França com dois anúncios recentes: o iminente impedimento judicial do direitista François Fillon e sua decisão de, apesar dessa grave circunstância, continuar como candidato às eleições presidenciais.
Os candidatos à Presidência da França Benoît Hamon, do Partido Socialista, e Jean-Luc Mélenchon, do movimento de esquerda França Insubmissa, descartaram uma candidatura única da esquerda francesa para fazer frente à ultradireitista Marine Le Pen nas eleições marcadas para o fim de abril.
Sondagens indicam que ex-ministro de Hollande derrotaria com folga líder de extrema direita Marine Le Pen, obtendo cerca de 60% dos votos no segundo turno da votação para presidente.
Candidata francesa da extrema direita reitera críticas à Otan e à União Europeia, focando na figura de Angela Merkel. Marine Le Pen defende a "independência nacional" e diz que novo presidente dos EUA representa uma mudança "positiva".
O candidato do Partido Socialista às eleições na França, Benoit Hamon, declarou nesta sexta-feira que está aberto ao diálogo sobre uma possível aliança com Jean-Luc Melenchon, do partido anticapitalista, que mostrou disposição em estabelecer uma negociação.
Candidata de extrema-direita amplia vantagem e terminaria primeiro turno das presidenciais em primeiro lugar, com 27% dos votos. Em segundo turno, porém, ela perderia tanto para Fillon quanto para Macron.
Se a polícia não for capaz de reprimir os confrontos nos subúrbios de Paris, é provável que a dinâmica da campanha eleitoral presidencial se altere, declarou o jornalista Thomas Guenole à Sputnik França.
Depois de dois anos sob assédio de repetidos atentados, os mais recentes acontecimentos na França demonstram a vigência da ameaça terrorista, mas agora com novos rostos.
O ministro do Interior da França, Bruno Le Roux, pediu nesta segunda-feira (13) "calma" que os franceses confiem na justiça, depois de vários dias de manifestações e distúrbios noturnos realizados em protesto contra a violência policial.