Desde a ditadura militar (1964-1985), nunca houve tantos retrocessos nos direitos humanos no Brasil como agora, sob Bolsonaro.
Por Frei Betto*
Estabeleceu-se no governo de Bolsonaro uma confusão para se saber quem ia, ou se não ia ninguém, representar o Brasil na posse de Alberto Fernandez, o recém-eleito presidente da Argentina. Isto não seria nenhum problema sério para a diplomacia tradicional e refinada do Itamarati. Mas no Itamarati, hoje, pontifica um ministro desnorteado, dos mais resolutos membros do grupo ideológico terraplanista aboletado no governo federal.
Por Haroldo Lima*
O diretor Karim Aïnouz, de A Vida Invisível, criticou nesta terça-feira (10) o veto à exibição de seu filme a servidores da Agência Nacional de Cinema (Ancine). Vencedor da mostra “Um Certo Olhar”, no Festival de Cannes, o longa é o representante brasileiro na disputa por uma vaga no Oscar 2020 na categoria de Melhor Filme Estrangeiro. A censura à sua exibição partiu da nova secretária do Audiovisual – a ultradireitista Katiane Gouvêa, integrante da Cúpula Conservadora das Américas.
A gestão Jair Bolsonaro desmentiu a própria gestão Jair Bolsonaro. Diferentemente do que prometeu o ministro Paulo Guedes (Economia), a Medida Provisória (MP) 905 – que cria o programa Verde Amarelo – não vai reduzir custo nem gerar empregos. Estudo da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia indica o contrário: o custo mensal do programa é mais alto que o próprio salário médio a ser recebido pelos trabalhadores. Para piorar, a MP pode até reduzir a produtividade na economia.
Na efervescência de 1968, Pier Paolo Pasolini (1922-1975), cineasta e poeta, italiano e comunista, escreveu que, entre os estudantes e os soldados que os reprimiam, ele ficava com os segundos, filhos da classe operária – e não da burguesia. Era um equívoco, como equivocado estava o então presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, Lula, quando disse, ao programa Vox Populi, da TV Cultura, em 1978, que não queria misturar estudante com operário no ABC paulista.
Por Juca Kfouri*
As centrais sindicais iniciaram nesta terça-feira (10/12), em São Paulo, a Jornada de Lutas por Empregos e Direitos. As ações ocorrem sob um quadro de vulnerabilidade que vem mergulhando grande parte da população brasileira.
Por Adilson Araújo*
O presidente Jair Bolsonaro age, no cargo máximo da República, da maneira como agiu quando ocupou cargos legislativos ou na campanha eleitoral de 2018: como um desses valentões de boteco, que fala o que vem à cabeça, diz que faz e acontece, quase sempre contra os direitos dos demais. E revela, nessa atitude boquirrota, aquilo que é percebido como uma falta de preparo para a tarefa de governar o país, inclusive com desrespeito ao que se chama “a liturgia” do cargo.
Por José Carlos Ruy*
O governo Jair Bolsonaro foi alvo de ao menos 37 denúncias na ONU por parte de entidades estrangeiras e brasileiras, além de ações lideradas por deputados e mesmo pela OAB. A informação é do jornalista Jamil Chade, colunista do UOL. Em meio às comemorações do Dia Mundial dos Direitos Humanos, nesta terça-feira, a constatação de organizações e diplomatas é de que o Brasil vive seu pior momento internacional em termos de direitos humanos desde o restabelecimento da democracia, em 1985.
Dez centrais sindicais do País deram início nesta terça-feira (10) a uma série de caminhadas, panfletagens e mobilizações para denunciar a Medida Provisória 905 – a MP que tira direitos e cria a Carteira Verde e Amarela. É a Jornada de Lutas por Empregos e Direitos, organizada por CUT, Força Sindical, UGT, CTB, CSB, Nova Central, CGTB, Intersindical, Intersindical Instrumento de Luta e Conlutas. As ações se concentram na região metropolitana de São Paulo.
Desde seu início, o governo Bolsonaro surpreendeu e chocou pelo baixo nível cultural de seus componentes e pelas opiniões tresloucadas de seus mentores. Sob certo aspecto, parecia a composição burlesca de um teatro de comédia com palhaços chinfrins. Mas apenas parecia – porque o palco desse teatro bufa era o governo do Brasil.
Por Haroldo Lima*
As deputadas federais Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Benedita da Silva (PT-RJ) entraram com uma representação na PGR (Procuradoria Geral da República) pedindo a suspensão da nomeação de Roberto Alvim para o cargo de secretário especial de Cultura do governo federal. À frente de uma gestão obscurantista, marcada pela censura e pela perseguição cultural, Alvim ainda é alvo de investigação criminal no Ministério Público Federal (MPF).
As revelações de que Eduardo Bolsonaro lidera o chamado “gabinete do ódio”, que ataca nas redes sociais de opositores e os “inimigos” do clã Bolsonaro, geraram revolta e indignação na Câmara dos Deputados.