A coleção de ofensas de Jair Bolsonaro para com a memória dos mortos e desaparecidos durante a ditadura ganhou nos últimos dias mais uma declaração indecorosa. Ao afirmar de forma zombeteira que poderia contar ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz, como o pai dele havia morrido, Bolsonaro não apenas ofendeu seu interlocutor e familiares, mas também sugeriu saber mais do que os documentos oficiais registram.
Por Pedro Serrano*
Em longo artigo para o site Viaje na Viagem, o publicitário e escritor Ricardo Freire destrinchou a nova marca do turismo no Brasil, criada recentemente pelo governo Jair Bolsonaro (PSL), por meio da Embratur (Empresa Brasileira de Turismo). Segundo Freire, o slogan “Brazil – Visit and love us” ("Brasil –Visite e nos Ame") se destaca por sete erros, como “não soar fluido em inglês” e ter apelo sexual.
Ninguém mais está querendo sair na foto ao lado de Bolsonaro. O bonde da barbárie está descendo a ladeira sem freio, e cada vez menos gente está disposta a continuar nessa roubada. Quanto mais pessoas pularem fora, melhor. Embora seja tentador, não podemos nos dar ao luxo de ficar apontando dedos. Que os desertores sejam bem-vindos. Mas também não podemos passar pano. Nem rancor, nem flores.
Por João Filho
Desde 1991 – quando Jair Bolsonaro assumiu seu primeiro mandato como deputado e deu início à trajetória da família na política –, o presidente e seus três filhos (Flávio, Carlos e Eduardo) empregaram mais de uma centena de funcionários com parentesco ou relação familiar entre si. Além da recorrente prática de nepotismo, o clã permitiu que vários parentes não trabalhassem de fato nos cargos. O mapeamento foi feito pelo O Globo ao longo dos últimos três meses.
O episódio se passa em uma cidade da Inglaterra. O juiz alegou necessidade de férias e indicou para substituí-lo um cidadão acima de qualquer suspeita chamado Ângelo (=anjo). Contudo, em vez de viajar como prometera, o juiz se disfarçou de monge e se escondeu em uma paróquia da cidade. Ali recebeu penitentes que, ao se confessarem, falaram mal dele a seus ouvidos.
Por Frei Betto*
Uma reportagem publicada pela Folha revela que o Itamaraty se recusou a publicar um livro do embaixador Synesio Sampaio Goes Filho por conta do prefácio da obra, escrito por Rubens Ricupero, ex-embaixador em Washington e também historiador da diplomacia –e visto como desafeto pelo atual ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
Por Daniel Buarque
Como lidar com o desaparecimento? Como se luta pela memória de alguém que simplesmente desapareceu após desafiar o regime militar e o Estado finge não saber do seu paradeiro? A tarde desta sexta-feira (2) na cidade do Recife foi marcada por uma homenagem a um desaparecido. Fernando Santa Cruz, militante político, sequestrado pelas forças repressoras da ditadura militar em 1974.
Por Rodrigo Barradas
Privatizar as estatais. Dar de mão beijada o patrimônio nacional. O presidente Bolsonaro nunca escondeu o viés entreguista e a real intenção do mandato. O capital acima de tudo e todos. Em apenas 200 dias, os bancos públicos puxaram a fila de venda de ativos. No total, foram R$ 16 bilhões.
Autor do voto mais contundente no julgamento em que o Supremo Tribunal Federal manteve a demarcação de terras indígenas com a Funai, o ministro Celso de Mello voltou a contrariar o governo. Em entrevista ao Estadão, ele diz que o presidente Jair Bolsonaro “minimiza perigosamente” a importância da Constituição e “degrada a autoridade do Parlamento brasileiro”, ao reeditar o trecho de uma medida provisória que foi rejeitada pelo Congresso no mesmo ano.
O embaixador aposentado Rubens Ricupero, crítico da política externa do governo Bolsonaro, considerou “infantilidade” o veto do chanceler Ernesto Araújo a um livro do Itamaraty por questões pessoais. Ricupero fez o prefácio da biografia de Alexandre de Gusmão, escrita pelo embaixador Synesio Sampaio Goes Filho, por encomenda da Fundação Alexandre de Gusmão, vinculada ao ministério. Em julho, ao entregar os originais, Goes Filho foi avisado de que o livro só seria publicado sem o prefácio.
Sob o governo Jair Bolsonaro, a Caixa reduziu a concessão de empréstimos para o Nordeste. É o que aponta um levantamento do Estadão/Broadcast, com base nos números do próprio banco e do sistema do Tesouro Nacional. De janeiro a julho de 2009, o banco autorizou novos empréstimos no valor de R$ 4 bilhões para governadores e prefeitos de todo o País. Para o Nordeste, foram fechadas menos de dez operações, que juntas totalizam R$ 89 milhões, ou cerca de 2,2% do total.
A direita já não quer ser vista ao lado da extrema-direita. Depois de veladamente apoiarem Jair Bolsonaro (PSL) contra Fernando Haddad (PT) no segundo turno das eleições presidenciais de 2018, partidos como o PSDB (a direita envergonhada) e o Novo (a direita economicista) não escondem mais o constrangimento. Até apoiam a reforma da Previdência do governo, mas querem distância da imagem desgastada do presidente.