O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, afirmou neste sábado (31) que no mais tardar na quinta-feira deverá ser devolvido às funções, porque assim diz o acordo firmado sexta-feira, voltado para pôr fim à crise política em Honduras.
Os Estados Unidos anunciaram na sexta-feira (30) que, na próxima segunda-feira, voltarão a conceder vistos para hondurenhos, um serviço suspenso há mais de dois meses em represália ao governo interino de Roberto Micheletti.
"Chávez e eu temos a mesma posição. Somos favoráveis que seja o Congresso hondurenho, e o presidente Zelaya a presidir as eleições de 29 de novembro e que depois Honduras volte à normalidade", disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em El Tigre, na Venezuela, onde reuniu-se com o presidente Hugo Chávez nesta sexta-feira (30). Chávez disse crer que "há horizonte aberto para a democracia em Honduras".
O Brasil sai com um trunfo e um triunfo na mão, contra todos os fantasmas que se ergueram no caminho, alegando que o Itamaraty estava deixando sua tradicional posição “equilibrada” para se envolver numa disputa que não era sua. “O Brasil estava certo”, é o que se pode ler nas entrelinhas de qualquer noticiário. Foi a intervenção brasileira, acolhendo Zelaya, que abriu a oportunidade e ao mesmo tempo forçou os Estados Unidos a agirem.
Por Flávio Aguiar, na Carta Maior*
Os representantes do presidente constitucional de Honduras, Manuel Zelaya, e do governo golpista de Roberto Micheletti foram, nesta sexta-feira( 30), ao Congresso Nacional, entregar o acordo firmado entre as partes para devolver o país à legalidade. Zelaya, cuja restituição depende agora do veredito do Legislativo, pediu agilidade na decisão e disse confiar que o Congresso trabalhará democraticamente para permitir seu retorno.
O Itamaraty divulgou há pouco uma nota dizendo que o governo brasileiro recebeu com satisfação a notícia do acordo fechado em Tegucicalpa entre o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, e o governo interino daquele país. Na visão do Itamaraty, o entendimento "cria as condições para o restabelecimento da ordem democrática em Honduras".
Quatro meses após ser retirado do poder por um golpe de Estado, o presidente legítimo de Honduras Manuel Zelaya deverá, enfim, voltar ao cargo para o qual foi eleito democraticamente em 2005. Após a (tardia) interferência dos Estados Unidos, o governo golpista assinou um acordo que abre as portas para a restituição. Zelaya qualificou a medida como um “triunfo da democracia”. Centenas de hondurenhos tomaram as ruas para celebrar o acordo que pode viabilizar o fim da crise.
"Nas próximas horas as duas partes firmarão um acordo", disse na noite desta quinta-feira (29) o advogado Rasel Tomé, representante do presidente de Honduras, Miguel Zelaya, no diálogo com o golpista Roberto Micheletti. A negociação, que parecia morta há oito dias, moveu-se. Micheletti agora aceita a proposta de Zelaya, de uma solução que passe pelo Parlamento. O que mudou? Os Estados Unidos resolveram se mexer.
Roberto Michelleti, dirigente guindado ao poder em Honduras após golpe militar em julho passado, aceitou nesta quinta-feira (29) o pedido do presidente constitucional, Manuel Zelaya, para que o Congresso decida sobre sua restituição, abrindo caminho para a solução da crise política no país.
A camarilha golpista que se instalou no governo de Honduras iniciou nesta quarta-feira (28) os trâmites para tentar processar o Brasil na Corte Internacional de Justiça de Haia por "ingerência" em seus assuntos internos. Mas enfrentarão um problema básico: nenhum país do mundo e nenhum organismo internacional os reconhecem como governo. Portanto, os golpistas não têm legitimidade para falar em nome do país.
O governo Barack Obama vai enviar a Honduras seu secretário-assistente para o hemisfério Ocidental do Departamento de Estado americano, Thomas Shannon. O secretário chega nesta quarta-feira (28) para tentar solucionar a crise entre o presidente deposto, Manuel Zelaya, e o presidente golpista, Roberto Micheletti.
O candidato que ameaçar se retirar do processo eleitoral hondurenho de 29 de novembro, com o objetivo de gerar um boicote, poderá ser penalizado com cárcere. A afirmação foi feita nesta segunda-feira (26) pelo magistrado suplente do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), Denis Gómez. Em entrevista, o presidente de fato, Roberto Micheletti, omitiu a crise política ao dizer que o país está pronto para eleger seu presidente, seus deputados, prefeitos, vice-prefeitos e regedores.