Prossegue a guerra de agressão contra a Líbia protagonizada por um conjunto de potências com os EUA à cabeça. Como era previsível, desde que à 17 de março o Conselho de Segurança (CS) da ONU aprovou o vergonhoso mandato de intervenção, a “zona de exclusão aérea” tornou-se o cavalo de Tróia de uma guerra terrorista e espoliadora que tem como alvo a soberania nacional e integridade territorial líbias.
Por Luís Carapinha*
Um ataque aéreo das forças da coalizão internacional liderada pela Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) matou um grupo de rebeldes e alguns civis na Líbia. Neste sábado (2) continuaram em diferentes pontos do país, especialmente na cidade de Brega, os enfrentamentos entre as forças do governo do presidente Muammar Kadafi e os rebeldes que querem sua saída do poder, que já dura 42 anos.
O mundo tem acompanhado nas últimas semanas, maravilhado e estarrecido, as rebeliões que tomam conta do mundo árabe e o desmoronamento de regimes tidos como exemplo pelas potências ocidentais. Governos como os de Tunísia e Egito não só eram considerados vitrines da excelente relação do ocidente com o mundo árabe, como também serviam de entreposto para o controle político e militar do imperialismo sobre a região.
Por Juliano Medeiros e Luiz Arnaldo*
Mentiras, hipocrisias e agendas ocultas. Eis os temas dos quais o presidente Barack Obama não tratou, ao explicar aos EUA e ao mundo a sua doutrina para a Líbia.
Por Pepe Escobar
A agressão à Líbia já é, na verdade, guerra de pilhagem dos Estados Unidos e alguns aliados contra o povo daquele país. Além de matar civis com suas bombas, os agressores saqueiam não apenas os bens de lideranças nacionais, mas roubam a própria dignidade de um povo.
Por Socorro Gomes*
Ontem, por razões de tempo e espaço, não disse uma palavra sobre o discurso realizado por Barack Obama na última segunda-feira (28) sobre a guerra na Líbia. Tive acesso a uma cópia da versão oficial, enviada à imprensa pelo governo dos Estados Unidos. Sublinhei algumas das coisas que Obama afirmou. Voltei a lê-lo e cheguei à conclusão de que não valia a pena gastar muito papel com o assunto.
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) disse, nesta quinta (31), que não fornecerá armas aos rebeldes que lutam contra Muamar Kadafi na Líbia. A decisão foi divulgada pelo secretário-geral Anders Fogh Rasmussen no dia que a entidade assumiu o comando da ofensiva militar no país. O discurso é contrário ao de líderes políticos dos Estados Unidos, França e Grã-Bretanha, que defendem o reforço do armamento de opositores de Kadafi, e expõe, portanto, contradições no seio da própria Otan.
"Kadafi faz o que tem de fazer, resistir a uma agressão imperial (…) não está previsto agora que Kadafi deixe a Líbia", disse nesta quinta-feira (31) no Uruguai o presidente venezuelano Hugo Chávez, ao ser indagado se ofereceria algum tipo de apoio ou "asilo" ao líder líbio Muamar Kadafi.
Agora é uma voz sobre a qual não podem pesar suspeitas de parcialidade em favor de Muamar Kadafi: o bispo Giovanni Innocenzo Martinelli, representante do Vaticano em Tripoli disse que pelo menos 40 civis foram mortos por ataques aéreos de forças ocidentais em Trípoli.
O Pacto Militar do Atlântico Norte (Otan) assumiu formalmente nesta quinta-feira (31) o comando da agressão militar contra a Líbia e também a responsabilidade absoluta dos bombardeios perpetrados contra essa nação do norte da África desde o dia 18 de março.
O presidente da Líbia, Muammar Kaddafi, escolheu um ex-ministro das Relações Exteriores da Nicarágua, Miguel D'Escoto Brockman, para representar o país na ONU. D’Escoto disse que aceita a responsabilidade como um dever para com o povo que está sendo massacrado.
O país é formado por 140 tribos quase tão importantes quanto o governo. Há 40 anos no poder, o regime de Kadafi oscila entre capitular e hostilizar os interesses dos países ricos, liderados pelos EUA.
Por Renato Pompeu, na Revista do Brasil