O relatório final do projeto "Violência de Estado no Brasil – Uma Análise dos Crimes de Maio", mais uma vez reafirma a ação de extermínio e a ausência total de investigações em 60 assassinatos ocorridos na semana de 12 a 20 de maio de 2006, quando as forças de segurança e grupos de extermínio promoveram execuções em massa no litoral paulista e na Região Metropolitana de São Paulo.
Por Rodrigo Gomes
As Abuelas de la Plaza de Mayo [Avós da Praça de Maio] fecham com uma grande notícia este ano, talvez o melhor desde que a organização foi criada, em plena ditadura argentina, para procurar os netos sequestrados pelos militares nas prisões onde as mães estavam confinadas. Apareceu o neto 119, e trata-se de um caso único porque sua mãe está viva, algo inédito.
Um ato em frente a Catedral da Sé, no centro da capital paulista, lembrou nesta sexta-feira (15) os mais de 500 assassinatos ocorridos em maio de 2006, principalmente nas periferias das cidades de São Paulo e da Baixada Santista. O episódio, que ficou conhecido como Crimes de Maio, resultou na morte de 493 civis e 59 agentes públicos após ataques de grupos armados a policiais.
O movimento Mães de Maio lançou uma campanha nas redes sociais onde solicita arrecadação de dinheiro para comprar 2.920 botões de rosas para serem distribuídos no próximo domingo (11), Dia das Mães. O número corresponde aos oito anos dos Crimes de Maio de 2006, chacina que vitimou mais de 500 pessoas no estado de São Paulo. Até hoje nenhum caso foi solucionado.
No México, onde foi comemorado na sexta-feira (10) o Dia das Mães, muitas não têm o que comemorar. Seus filhos e filhas fazem parte do grupo de cerca de 26 mil desaparecidos no país. Para marcar a data e a busca incansável por seus filhos, a organização Forças Unidas por nossos desaparecidos no México (Fundem), a Rede Verdade e Justiça, de organizações da América Central e México, promoveram a Segunda Marcha da Dignidade Nacional: Mães buscando seus filhos e filhas e buscando Justiça.
Um encontro realizado neste sábado (11) na Baixada Santista marca os sete anos de existência do movimento Mães de Maio, na véspera do Dia das Mães, neste domingo (12). O movimento comemorou recentemente a notícia, publicada no Diário Oficial em 8 de abril deste ano, de que o 12 de maio será o "Dia das Mães de Maio", no calendário oficial do Estado de São Paulo.
Na véspera de completar sete anos, o movimento Mães de Maio, formado por familiares das vítimas dos Crimes de Maio de 2006, realizará uma homenagem às pessoas que foram assassinadas em chacinas cometidas por grupos de extermínio paulistas a partir deste período. O ato será no sábado (11), no Sambódromo da zona noroeste de Santos (SP).