Estamos à mercê de profunda crise política que se agrava a cada dia na medida em que o governo interino de Michel Temer, ilegítimo em sua gênese, prossegue na inglória faina de completar a desconstrução do país, iniciada por Collor e FHC, e revertida por Lula e Dilma.
Por Roberto Amaral*, em seu blog
O gabinete dos sem voto não esconde que tem pressa quando o assunto é o processo do impeachment. Desmoralizados com as revelações das gravações que confirmaram a articulação da cúpula e Temer no golpe, o governo usurpador disse que quer – leia-se pressiona – para que o processo de impeachment da presidenta eleita Dilma Rousseff seja resolvido “o mais breve possível” no Congresso Nacional.
Apesar do governo provisório de Michel Temer (PMDB) ter formado o seu gabinete com sete ministros investigados pela Lava Jato, sendo que um deles foi flagrado em conversa articulando o impeachment para barrar as investigações, o juiz federal Sérgio Moro, responsável pela em Curitiba, disse nesta quarta-feira (1º de junho) acreditar que Temer não interfira no andamento da operação.
Por Dayane Santos
Na França, milhares de pessoas têm ido às ruas nos últimos meses para protestar contra uma reforma nas leis trabalhistas do país, impelida pelo premiê François Hollande. No Brasil, o governo de Michel Temer, presidente ilegítimo, começa a mostrar suas garras, com um programa que pretende desmontar a legislação protetora dos direitos dos trabalhadores.
Em discurso durante cerimônia de posse dos presidentes da Petrobras, do BNDES, do Banco do Brasil, da Caixa e do Ipea, nesta quarta-feira (1º), Michel Temer, que ocupa interinamente a Presidência da República, disse que em menos de 20 dias está cumprindo a agenda neoliberal. Aproveitou para dizer que não iria falar em “herança de espécie alguma”, só quando for para criticar o governo da presidenta Dilma Rousseff.
O ex-ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage, afirmou, nesta terça-feira (31) que está preocupado "com o futuro da transparência e do combate à corrupção no país".
Após reunião da executiva nacional, em Brasília, o PT divulgou na tarde desta terça (31) uma resolução na qual afirma que “dois fatos confirmam o caráter golpista do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff”. Segundo o documento, esses fatos são o vazamento dos diálogos gravados pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, com os ex-ministros Romero Jucá (Planejamento) e Fabiano Silveira (Transparência), e o anúncio das medidas econômicas do governo "golpista" de Michel Temer.
Em novo vídeo divulgado nas redes sociais da presidenta eleita Dilma Rousseff, Marco Aurélio Garcia, ex-assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, criticou a política externa do governo provisório de Michel Temer. Para Garcia, o que está sendo proposto pela pasta encabeçada pelo chanceler interino José Serra é uma política "medíocre" e "submissa".
Em discurso no plenário, o senador Jorge Viana (PT) teceu duras críticas à medida anunciada pelo presidente provisório Michel Temer (PMDB), que determina a devolução de R$ 100 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao Tesouro. Segundo ele, o governo interino pretende, assim, retirar recursos de investimentos – que geram emprego – para pagar juros da dívida. “Isso que não é remédio, é veneno para o Brasil”, diz o senador.
O governo interino e ilegítimo de Michel Temer é uma ilustração, revisada, daquilo que foi descrito por Antônio Vieira no Sermão do Bom Ladrão, pronunciado por ele na Igreja da Misericórdia de Lisboa, em 1655.
Por José Carlos Ruy
O Brasil corre grande risco de sofrer uma avalanche de privatizações nos próximos meses com o governo provisório de Michel Temer. A avaliação é do senador Humberto Costa (PT). O presidente interino publicou no dia 12 de maio, no mesmo dia que tomou posse, a medida provisória (MP) de número 727/16, que tem como objetivo incentivar obras de infraestrutura tocadas por meio de parcerias público-privada (PPP) ou concessão e também a venda de empresas do Governo Federal.
O clima no governo provisório de Michel Temer é de tensão. Ocupando a Presidência da República após o afastamento da presidenta eleita Dilma Rousseff, Temer se vê diante de uma situação que não estava nos planos ao articular com seus pares a aprovação do afastamento da presidenta.