O movimento negro brasileiro precisa de maior unidade para garantir conquistas históricas importantes como o sistema de cotas nas universidades e para combater o preconceito racial no trabalho. A análise é do ex-senador Abdias Nascimento, um dos precursores da luta pela igualdade racial no país e que aos 96 anos de idade continua atento aos acontecimentos.
Ativistas de movimentos negros participaram hoje (20), na capital paulista, da 7ª Marcha da Consciência Negra, que neste ano teve como tema as comemorações dos 100 anos da Revolta da Chibata. O evento contou com atos políticos, pronunciamentos e apresentações culturais e uma passeata pelas ruas do centro da cidade. A marcha foi promovida pela prefeitura e pelos movimentos negros.
Em oito anos, o Brasil e a África ficaram mais próximos. Foram intensificadas as relações políticas, econômicas, comerciais e de ajuda humanitária, além da cooperação na agricultura, saúde e educação. O comércio bilateral saltou de US$ 6 bilhões, em 2002, para US$ 19 bilhões, em 2009. O mesmo ocorreu com o número de embaixadas de países africanos no Brasil que, no mesmo período, aumentou de 18 para 30.
Alvo de ações contrárias no Supremo Tribunal Federal (STF) as políticas afirmativas de cotas para acesso às universidades podem ter justificativa nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a última Pesquisa Nacional de Amostra Domiciliar (Pnad 2009), apenas 4,7% das pessoas autodeclaradas pretas com mais de 25 anos têm curso superior. O percentual dos ditos pardos é 5,3% enquanto dos brancos é 15% – mais que o triplo da porcentagem dos pretos.
Uma das instituições na qual o comportamento escravista dos seus superiores mais se evidenciava era a marinha de Guerra do Brasil. O uso do açoite como medida disciplinar continuou sendo aplicado nos marinheiros, como no tempo em que existia o pelourinho. Todos os marinheiros, na sua esmagadora maioria negros, continuavam a ser açoitados às vistas dos companheiros, por determinação da oficialidade branca.
Por Clóvis Moura*, em História do Negro Brasileiro
No dia da Consciência Negra, o Vermelho publica Pai contra mãe, um conto do nosso maior escritor sobre esta que foi uma chaga dilacerante da sociedade brasileira durante quase quatro séculos – a escravidão –, cujas sequelas se fazem sentir até os nossos dias, tanto na dura realidade em que vivem os descendentes dos escravos, como na psicologia social.
Os senadores realizaram, na manhã desta sexta-feira (19), sessão plenária em homenagem às pessoas que ainda são vítimas de preconceito no Brasil. O evento foi solicitado pelo senador Paulo Paim (PT-RS), que estendeu a homenagem do Senado ao Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro, aos demais grupos que atualmente sofrem discriminação.
Símbolo da resistência contra o regime de escravidão, Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, foi traído e morto em 20 de novembro de 1695. A data de sua morte foi transformada no Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, em 2003. Esta semana, a Câmara iniciou as comemorações da data, destacada por parlamentares em seus discursos no Plenário.
Com o tema "A Revolta da Chibata", o evento deseja reforçar a política de promoção da igualdade racial.
Uma casa colonial na zona portuária da capital fluminense guarda um acervo arqueológico que traz muito da história do Brasil Colônia. São restos mortais de africanos escravizados no século 18, que não resistiram ao tráfico e foram ali enterrados, antes mesmo de serem vendidos no principal mercado de cativos do país, na mesma região.
No tempo da escravidão, o valor era medido pela capacidade de produção do trabalhador escravizado. No capitalismo, pela força de trabalho, do assalariado. Para a história, o valor de cada ser humano, tem medida no legado que se deixa para as gerações vindouras. Luiz Gama foi imprescindível na luta travada contra a escravidão no Brasil no período imperial. Sua obra, sua história e sua devoção à causa libertária estão relatadas em duas biografias recém-lançadas.
Por Marcos Aurélio Ruy*
Em evento realizado no Cerimonial Portomare na praia de Camburi na última segunda-feira 30/08 os candidatos á governador Senador Renato Casagrande e ao Senado Ricardo Ferraço receberam um conjunto de propostas elaboradas pelo comitê suprapartidário formado pelo PSB, PT, PMDB, PCdoB, além destes partidos o fórum de entidades negras FENEGRA participou da elaboração do documento.