Durante a realização do 22º Enep, de 30 de maio a 2 de junho, a Assembleia da Sociedade Brasileira de Economia Política (SEP) aprovou a “Carta de Campinas”, que indica uma grave deterioração do cenário econômico e político do país durante o governo de Michel Temer.
Impõe-se a cada dia outro caminho a ser liderado por quem melhor compreender a convergência que se forma em torno da contrariedade ao receituário neoliberal. Por Marcio Pochmann*
David Harvey provoca: cada fase do capitalismo gera uma forma de resistência que a espelha. Por isso, distintas gerações da esquerda não deveriam se estranhar
Entrevistada por Bjarke Skærlund Risager, na Jacobin | Tradução: Inês Castilho
Em entrevista ao Brasil Debate, Marcelo Dias Carcanholo, presidente da Sociedade Brasileira de Economia Política (SEP), afirma que a economia não pode ser dissociada da política e de interesses de classe, como pretende o neoliberalismo, cuja “restauração” no Brasil é um dos principais temas do 22º ENEP, organizado pela entidade.
George Monbiot, colunista do jornal The Guardian, descreve a evolução do sistema ideológico de mercado definido por neoliberalismo, que prega, em teoria, a não intervenção do Estado na economia dos países, e como de fato esta relação corporações-Estado se dá em sua aplicação.
Defensor da tese de que tanto à direita quanto à esquerda do espectro político haverá uma defesa do papel do Estado na vida social, o economista Pedro Rossi frisa que essa tendência já pode ser vista em “muitos países” diante de “um realinhamento eleitoral que valorizou os extremos do espectro político”, por conta de “um esgotamento do discurso tradicional de que o livre-mercado resolve os problemas”.
Se hoje o Brasil tem 80% dos idosos cobertos pela seguridade, no futuro próximo esse porcentual pode cair drasticamente, semelhante ao que ocorreu no México, onde apenas 23% dos cidadãos com mais de 65 anos recebe aposentadoria. O alerta é de Tereza Campello, ex-ministra do Desenvolvimento Social de Dilma Rousseff.
“Ao cometer esse crime de lesa-povo, o senhor Temer passará para a história de forma melancólica. Será o constitucionalista que na contracorrente do constitucionalismo contemporâneo promoveu o desmonte do estado social, velejando feliz nos ventos do neoliberalismo”.
Por * Hélio Leitão
Privatizações, austeridade fiscal, desregulamentação, livre comércio e o corte de despesas governamentais a fim de reforçar o papel do setor privado na economia são a marca do programa ultraliberal do governo ilegítimo de Michel Temer.
"Acredito que em 2018 as ideias neoliberais serão enterradas no debate público. Não sobrevivem diante do desastre que estão promovendo. Acho que em 2018 o debate vai ser anti-neoliberal. Seja pela esquerda, seja pela direita. Esse modelo que estão aplicando está fadado ao fracasso." A opinião é do professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Pedro Rossi.
Em 5 de novembro de 2015, a cidade histórica de Mariana, em Minas Gerais, foi palco de um dos maiores desastres ambientais da história do Brasil, que resultou na morte de 19 moradores, desalojou centenas de famílias e enterrou o distrito de Bento Rodrigues e outras localidades vizinhas.
Por Reginaldo Nasser e Terra Bundini
Neoliberalismo, assexualidade e desejo de morte. Filósofo italiano aponta: obsessão pelo sucesso individual e troca dos contatos corpóreos pelos digitais podem realizar distopia da humanidade insensível, para a qual já alertava Pasolini.
Por Juan Íñigo Ibáñez, no Outras Palavras