Não se sabe se por “excesso de sinceridade” ou descuido, mas o fato é que o presidente do Paraguai, Horacio Cartes, assumiu que Fernando Lugo sofreu um golpe, e não um impeachment. Membro do partido que dominou o país por 63 anos consecutivos, os Colorados, Cartes joga a culpa do golpe toda no Partido Liberal Radical Autêntico.
A Operação Condor foi inicialmente preparada no Brasil, se formalizou no Chile e “segue voando”. Esta é a avaliação de Martín Almada, responsável por descobrir os “Arquivos do Terror” da ditadura de Alfredo Stroessner, que governou o Paraguai entre 1954 e 1989. Para o especialista, é preciso barrar o golpe no Brasil e na Venezuela para o “condor parar de voar”.
“A América Latina não quer nem tem por que ser um peão sem rumo ou decisão”, Gabriel García Márquez*.
O Massacre de Curuguaty é um dos episódios mais trágicos da história recente do Paraguai. Os camponeses acusados de matar seis policiais foram condenados nesta segunda-feira (11). Nenhum oficial foi investigado pela morte de 11 trabalhadores rurais que também tombaram no conflito utilizado em 2012 para para impulsionar o golpe contra Fernando Lugo.
Por Mariana Serafini
Há exatos quatro anos o presidente eleito do Paraguai, Fernando Lugo, assistia ao golpe de Estado contra si mesmo por uma televisão em seu gabinete no palácio de governo. Do lado de fora, atiradores de elite apontavam armas de fogo contra os manifestantes que lutavam pela democracia. A primeira ação dos golpistas foi atacar os movimentos sociais. Estava anunciado o tom do próximo governo.
Por Mariana Serafini
O Paraguai deixou claro na reunião dos ministros do Interior, da Justiça e Segurança do Mercosul, que está decidido a sabotar o normal desempenho do bloco regional, seguindo o script que lhe foi enviado desde Washington: impedir que a Venezuela assuma a presidência pro tempore do organismo, no próximo mês de julho.
Por Rubén Armendáriz*
O secretário geral do Sindicato dos Jornalistas do Paraguai, Santiago Ortiz, foi preso na tarde desta quarta-feira (25), na capital Assunção. A polícia alegou que o jornalista se recusou a apresentar seu documento de identificação e por isso foi detido na Segunda Delegacia, ponde permaneceu sem comunicação durante algumas horas.
Dias depois da destituição do Fernando Lugo em junho de 2012, as mudanças no Paraguai já se evidenciavam. Após a saída do então presidente por meio de um impeachment finalizado em menos de 48 horas, um acionista de uma empresa de agroquímicos foi nomeado para presidir o organismo governamental de controle vegetal e de sementes do país.
Por Luciana Taddeo
Foi-se o tempo que os Golpes de Estado chegavam a bordo de tanques de guerra. Agora são chamados de “golpes brancos”, e são elaborados com um tripé básico: grande imprensa, judiciário e oposição bem articulada. Em 2009 o presidente eleito democraticamente Manuel Zelaya foi deposto em Honduras, apenas três anos depois, em 2012, Fernando Lugo sofria um julgamento político e deixava a presidência do Paraguai. Quatro anos mais tarde o alvo é o Brasil.
Por Mariana Serafini
Dirigentes e parlamentares da Frente Guasu, coalizão política de partidos de esquerda da qual o ex-presidente do Paraguai, Fernando Lugo, é integrante, enviaram uma mensagem de solidariedade ao povo brasileiro. Depois de já ter enfrentado um golpe e se restabelecido no cenário político nacional, eles afirmam que a resistência popular é fundamental para o resgate da democracia.
Depois da vitória dos estudantes paraguaios que pressionaram a ministra da Educação e Cultura, Marta Lafuente, até ela renunciar ao cargo, agora eles exigem uma reforma ministerial. O governo empossou nesta segunda-feira (9) o novo responsável da pasta, Enrique Riera Escudero, mas os alunos manterão as ocupações nas escolas.
Depois da renúncia da ministra da Educação e Cultura, Marta Lafuente, os estudantes secundaristas do Paraguai seguem em luta. Nesta segunda-feira (9) eles anunciaram uma greve geral que só termina quando o presidente Horácio Cartes atender às exigências, entre elas, alimentação gratuita nas escolas e distribuição de livros.
Por Mariana Serafini
Depois de mais de 72 escolas ocupadas em todo o Paraguai e outras 600 apoiando a ação, a ministra da Educação e Cultura, Marta Lafuente, renunciou ao cargo nesta quinta-feira (5). A manifestação estudantil começou na terça-feira (3) e rapidamente ganhou todo o país.