Na semana em que todos os olhares estavam voltados para as inúmeras reuniões dos movimentos sociais com a presidente Dilma Rousseff e as bases governistas, em Brasília, um encontro realizado na terça-feira (25), na base do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Instituto Lula, em São Paulo, roubou a cena nas redes sociais e foi alvo de especulações sobre o possível papel de liderança que Lula estava assumindo nos movimentos sociais, convocando a juventude “para ir às ruas”.
Em tom de piada, o programa da televisão argentina Bajada de línea, do Canal 9, exibiu na sua última edição os comentários de Arnaldo Jabor, no Jornal da Globo, da Rede Globo, sobre os recentes protestos de rua no país. O primeiro, em 12 de junho, onde ele afirma que os manifestantes não valem "nem 20 centrais"; e o segundo, cinco dias depois, em que ele muda completamente de opinião. "O povo se deu conta de que O Globo mente", afirma o apresentador Victor Hugo Morales.
A Confederação Nacional das Associações de Moradores (Conam) e outras 14 organizações urbanas foram recebidas pela presidenta Dilma Rousseff na tarde de terça-feira (25) para apresentarem suas reivindicações nas áreas de moradia, saneamento, transporte, assistência social, meio ambiente, direitos humanos, entre outros. Uma nova reunião deverá ser agendada em breve.
Mais de 3 mil pessoas participaram na tarde de quinta-feira (27) do ato “Direitos Já”, na cidade de Altamira, Pará. A ação, inspirada pelas grandes mobilizações que tomam conta do país, cobra os direitos da população frente às injustiças cometidas com a construção da barragem de Belo Monte, em especial o cumprimento das chamadas “condicionantes”.
A primeira reivindicação surgida nas ruas durante as manifestações dos últimos dias foi a redução do preço das tarifas do transporte coletivo e a melhoria da qualidade dos serviços prestado, especialmente nas grandes cidades.
Os manifestantes, simbolicamente, malgrado eles próprios e malgrado suas afirmações explícitas contra a política, realizaram um evento político: disseram não ao que aí está, contestando as ações dos Poderes Executivos municipais, estaduais e federal, assim como as do Poder Legislativo nos três níveis.
Marilena Chauí, Revista Teoria e Debate
Tensão em Belo Horizonte. Ninguém sabe o que pode acontecer nesta quarta-feira [26], quando Brasil e Uruguai fazem a semifinal da Copa das Confederações no Mineirão. A caminhada dos manifestantes será em direção ao estádio. A expectativa é de uma multidão maior que nas passeatas anteriores, onde as estimativas variaram entre 60 e 100 mil pessoas.
Por Luiz Carlos Azenha*, no blog Viomundo
Dando continuidade a onda de protestos em todo país, a União Nacional dos Estudantes (UNE) convoca a todos para uma grande mobilização nacional na manhã de quinta-feira (27), em Brasília (DF), na Esplanada dos Ministérios. “O principal saldo que essas manifestações podem deixar é impulsionar o país para uma Educação de qualidade. Nunca houve um momento tão favorável para o Brasil debater a educação como hoje”, declarou à Rádio Vermelho Virgínia Barros, presidenta da UNE.
Muito se tem escrito sobre a importância das novas TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação) para as manifestações de junho, ao mesmo tempo aparentemente anárquicas e organizadas. Procuro, ao contrário, identificar questões específicas relativas ao papel da grande (velha) mídia em todo esse complexo processo.
Por Venício Lima, na Carta Maior
Num esforço que demonstra sua vontade política de atender aos anseios das massas num novo quadro político, a presidente Dilma apresentou um elenco de propostas nos limites possíveis de enquadramento da sua governabilidade. As medidas visam estabelecer uma bem intencionada ponte entre seu governo e a insatisfação popular num complexo e contraditório terreno que, sob a atual correlação de forças, delimita fortemente o alcance da gestão presidencial.
Por Luiz Carlos Antero*
A direção do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP) pretende entrar com ação coletiva por danos morais contra o governo do Estado de São Paulo em razão das agressões aos profissionais de imprensa durante as manifestações contra o reajuste das tarifas do transporte público.
Diante do novo panorama social dado após as manifestações que vêm ocorrendo desde 6 de junho, contra o aumento da tarifa, a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), que já havia se posicionado no documento enviado pelos movimentos sociais à presidenta Dilma, divulgou uma carta em apoio à mobilização. "Iniciadas pela justa pauta de redução do valor das passagens de transporte, tais marchas assumem o caráter de um grito da juventude por mais democracia e participação", diz trecho.