No bairro de General Mosconi, em Comodoro Rivadavia (sul da Argentina), as casas são de metal, baixas, pintadas em tons claros.Há um cinema, um clube, uma escola e um hospital. Numa praça, está o segundo poço de petróleo aberto na Argentina, em 1907.
Movimentos sociais, políticos e sindicais argentinos convocaram para esta sexta-feira (27) no estádio Vélez Sarsfield um ato de massas em apoio ao projeto nacional e popular da presidente Cristina Fernandez de Kirchner.
A intervenção na YPF e a introdução de uma gestão estatal da empresa são medidas necessárias para começar a reverter a depredação energética. Mas constituem só um ponto de partida para recuperar os recursos petrolíferos.
Por Claudio Katz*
O economista português Jorge Cadima passa em revista declarações publicadas na imprensa europeia sobre a reestatização da petrolífera argentina YPF e aponta a semelhança entre o saque das riquezas nacionais perpetrado no país sul-americano nos anos 1990 e o que está acontecendo em Portugal nos dias que correm
Na Argentina, o Senado aprovou na madrugada desta quinta-feira (26), por 63 votos a favor, 3 contra e 4 abstenções, o projeto que determina a expropriação de 51% das ações da petrolífera espanhola YPF. A aprovação da proposta contou com o apoio dos partidos da base aliada e do governo. A discussão em torno do tema durou mais de 14 horas. Apenas dois senadores faltaram à sessão. O texto argumenta que a expropriação atende a interesses públicos.
O Brasil e a Argentina, sendo os dois maiores países da América do Sul, têm sido alvos preferenciais do domínio euro-americano em nosso continente. A Argentina, sob Cristina Kirchner, depois de anos desastrados de ditadura militar, e do governo caricato e neoliberal de Menen, se confronta com Madri, ao retomar o controle de suas jazidas de petróleo que estava com a Repsol.
O ministro de Planejamento Federal, Investimento Público e Serviços da Argentina, Julio de Vido, chegou nesta sexta-feira (20) no Brasil para participar de reuniões com o ministro de Minas e Energia brasileiro, Edison Lobão, e com a presidente da Petrobras, Graça Foster, na sede do ministério em Brasília.
O governo da Argentina e sua presidente Cristina Kirchner receberam nas últimas horas demonstrações de apoio internacional pela decisão de expropriar a petroleira YPF, filial da espanhola Repsol.