A onda bolsonarista ajudou a eleger, em outubro, dezenas de candidatos para a Câmara dos Deputados e o Senado Federal. Mas o Congresso que tomou posse na sexta-feira (1/2) reúne o menor número de parlamentares declaradamente governistas da redemocratização para cá. Na Câmara, a base oficial de Jair Bolsonaro representa 22% das cadeiras, enquanto no Senado não passa de 7% – levando-se em conta as coligações oficiais e os apoios já anunciados.
Quinta-feira, 7 de fevereiro. Esta é a data em que o governo federal vai tornar pública sua proposta de reforma da Previdência Social. Segundo o porta-voz da Presidência, general Otávio do Rêgo Barros, é no dia 7 que a mensagem de Jair Bolsonaro deve chegar ao Congresso Nacional.
O objetivo de Paulo Guedes e Jair Bolsonaro com a chamada “reforma da Previdência” não é outro senão retirar direitos dos trabalhadores e acabar com uma das conquistas mais importantes do trabalhismo brasileiro.
Dirigentes das centrais sindicais (CTB, CSB, CUT, Força Sindical, Nova Central, Intersindical, CSP-Conlutas, CGTB), federações e sindicatos, bem como do Dieese se reuniram na tarde desta terça-feira (15) e aprovaram a realização de uma plenária nacional em defesa da aposentadoria e da Previdência no dia 20 de fevereiro, quando será deliberado um plano de lutas unitário.
Em seu blog, o jornalista Leonardo Sakamoto pondera que o debate sobre a reforma da Previdência mostra que categorias historicamente privilegiadas, como os militares e juízes, estão mobilizadas para manter seus direitos intocados. Já a maioria da população, os idosos pobres, do campo e da cidade, saem em larga desvantagem. Oferecer uma solução justa que não puna os mais pobres "é o que nos dá o direito de, ao final de cada dia, sermos chamados de civilização e não de barbárie", afirma Sakamoto.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, está propondo uma reforma da Previdência bem mais dura do que a do governo de Michel Temer; a proposta em estudo pela equipe econômica prevê regra de transição de 10 a 12 anos, muito menor que os 21 anos previstos na versão de Michel Temer; o caráter ideológico da medida é tão flagrante que sequer há um cálculo do impacto financeiro da proposta
Em notas publicadas nesta quinta-feira (27), a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, informa que integrantes da equipe econômica de Jair Bolsonaro (PSL) disseram que desentendimentos com o time do futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), estão atrasando a definição do projeto do novo governo para a reforma da Previdência
Com a eleição de Jair Bolsonaro para a Presidência da República, a expectativa é que 2019 seja um ano de muitos embates e resistência para impedir que retrocessos, sobretudo, para os trabalhadores brasileiros aconteçam. Parlamentares do PCdoB fizeram um balanço de 2018 e projetaram as lutas do próximo ano.
Por Christiane Peres
Modelo econômico ultraliberal e neocolonial dos dois governos são semelhantes.
Proposta pretende dificultar o acesso aos benefícios previdenciários
A manifestação de "boas intenções" da equipe econômica de Jair Bolsonaro não reflete a descontrução de direitos dos trabalhadores pretendida por seus assessores e ministro. Na agenda de Paulo Guedes, o "super ministro" que comandará a economia do país no próximo ano, o primeiro ponto é o desmonte da previdência pública. Veja na análise de Paulo Kliass.
Quase 40 anos após a reforma da Previdência, os baixos valores das aposentadorias e o fato de quase metade dos aposentados viverem abaixo da linha da pobreza são claras evidências de que o modelo não deu certo.
Por Tatiana Melim, do Portal CUT