Após duas tentativas de garantir o quórum para votar o requerimento de urgência da reforma trabalhista, sem sucesso, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), já admite que a votação da reforma trabalhista no plenário pode ficar para a próxima semana. O plano inicial era votar o texto nesta terça (4) ou quarta (5).
“Não somos aqueles que vão abaixar a cabeça diante das primeiras dificuldades. Nossas entidades estarão nas trincheiras para enfrentar as adversidades, com muita confiança na luta”, afirmou Gilson Reis, coordenador-geral da Contee e membro da direção nacional da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), ao falar sobre a votação do regime de urgência para a reforma trabalhista no plenário do Senado, que deve ocorrer nesta terça-feira (4).
“O ataque ao movimento sindical vem por todos os lados. O capital avança com toda a sua força para quebrar nossa espinha dorsal e dissolver a resistência em defesa dos direitos sociais e trabalhistas”, alertou o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo (foto), ao rebater comentário do presidente da Bosch na América Latina, Besaliel Botelho, publicado nesta segunda-feira (3), no impresso Valor Econômico.
Em meio à denúncias de corrupção envolvendo diretamente o presidente ilegítimo Michel Temer (PMDB), o governo tenta aprovar a reforma trabalhista, que retira direitos dos trabalhadores para favorecer grandes empresários. O projeto de lei que muda a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovado na quarta-feira (28), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), seguirá para a última etapa de votação, no plenário do Senado Federal. Veja alguns pontos da reforma e como afetam sua vida.
O Brasil vive atualmente uma onda regressiva profunda. Nem mesmo no período da ditadura militar houve uma ofensiva tão dura contra os direitos dos trabalhadores como a que está em curso. Se aprovada da forma como foi proposta, a reforma trabalhista pretendida pelo governo Temer, que é inconstitucional, fará com que o país retroceda ao século 19 no que se refere à proteção social do trabalhador.
“O saldo da jornada desta sexta (30) é positivo e amplia a resistência às reformas. Onde houve chamamento pelas direções, as bases responderam”, avalia Adílson Araújo, presidente da CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) em entrevista à Agência Sindical. Cerca de 100 localidades, passando por capitais e pequenas cidades, realizaram paralisações nesta sexta-feira (30) contra as reformas da Previdência e Trabalhista de Michel Temer.
Dirigentes das centrais sindicais participaram nesta sexta-feira (30) de atos contra as reformas da Previdência e Trabalhista e frente à sede do Ministério do Trabalho em São Paulo. Na opinião dos representantes das entidades, o combate às reformas deve se dar na mobilização nas ruas e no Congresso Nacional. O Projeto de Lei da Câmara (PLC) 38 sobre a reforma trabalhista está na iminência de ser votado no plenário do Senado.
Manifestantes interditaram vias e rodovias da região desde cedo, entre elas a Anchieta e Régis Bittencourt. Acessos aos aeroportos de Congonhas, na Zona Sul, e de Cumbica, em Guarulhos, foram bloqueados, e manifestantes chegaram a entrar no saguão de Congonhas. A unidade da Sabesp, em Guarapiranga, paralisou as atividades desde às 5h, com apoio da CTB nacional e estadual.
O juiz do trabalho Hugo Cavalcanti Melo Filho, da 12ª Vara do Trabalho de Recife, determinou nesta quinta-feira (29), em despacho, o adiamento das audiências que ocorreriam hoje (30), transferindo-as para os dias 17 a 19 de julho, e recomendou aos servidores da Vara "que não desenvolvam atividades no âmbito desta unidade jurisdicional" no dia da greve geral.
Até o final desta manhã, o país registrou protestos e greves em 23 estados e o Distrito Federal. A maioria foi às ruas ou cruzou os braços contra as reformas trabalhista e da Previdência, propostas pelo governo de Michel Temer.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu entrevista nesta quinta-feira, 29, à rádio Difusora do Acre e criticou a aprovação da reforma trabalhista na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. O texto segue agora para votação em Plenário.
A reforma trabalhista de Temer, na iminência de ser votada no plenário do Senado, fere as bases evolutivas de lei e atenta contra a Constituição. Quem ressalta seu caráter agressivo é Francisco Calasans Lacerda, histórico líder dos Hoteleiros de São Paulo, baiano de origem, ajudante de alfaiate nos primórdios e formado na seleta Faculdade de Direito da USP, no Largo São Francisco.