Aumento da taxa básica de juros reflete ciclo de aperto do Banco Central que não para. Centrais sindicais denunciam priorização dos rentistas sobre o desenvolvimento econômico.
O Vermelho conversou com dirigentes de centrais sindicais que cobrarão “Menos Juros, Mais Empregos”, em frente ao Banco Central, na Avenida Paulista, durante reunião do Copom
Conforme previsto pelo mercado e antecipado na ata da reunião anterior do Copom, a alta foi de um ponto percentual – de 12,25% para 13,25% ao ano
Com aumento da Selic para 12,25%, Brasil ultrapassa a Rússia (em guerra) e fica novamente na segunda posição entre os maiores juros reais do mundo, atrás apenas da Turquia
Copom elevou a Selic em 1 ponto percentual, para 12,25%, mesmo índice de dezembro de 2023
A nota “Cortes defendidos pelo mercado financeiro trarão menos crescimento e mais desigualdade”, defende uma agenda que priorize o investimento público e os direitos sociais como pilares para o desenvolvimento.
Juros da dívida custaram R$ 649 bilhões em 2023, superando em quatro vezes o orçamento de R$ 168,6 bilhões do Bolsa Família em 2024
“O ambiente externo permanece desafiador, em função, principalmente, da conjuntura econômica incerta nos Estados Unidos”, indicou a ata do Copom
Vaivém de indicadores – que sinalizaria um cenário de “incertezas” – deixa o Copom à vontade para, sob a presidência do bolsonarista Roberto Campos Neto, pôr a política monetária ainda mais ao gosto do setor financeiro
Josué Gomes cobra o retorno dos investimentos no setor produtivo e o abandono do rentismo. Ao Estadão, ainda criticou os elevados juros do Brasil: “não tem cabimento”
O aumento para 10,75% contraria a tendência global de queda de juros, como a recente redução promovida pelo Banco Central dos Estados Unidos.
“Previsões do mercado têm sido bastante errôneas e têm gerado uma interpretação muito equivocada sobre o que está acontecendo na economia brasileira”, diz economista da UFMG