A Suprema Corte do Uruguai declarou inconstitucional, nesta segunda-feira (19), a chamada Lei de Caducidade, que livrou de julgamento os militares acusados de violar os direitos humanos durante a ditadura no país (1973-1985). A decisão ocorre apenas seis dias antes do plebiscito no qual os cidadãos do país decidirão a anulação ou não da lei.
A corrida presidencial no Uruguai, que elegerá seu próximo mandatário no próximo domingo (25), chega à reta final com um favorito, o socialista José Mujica (45% das intenções de voto) e um persistente número de indecisos, em torno de 10%. Mujica é o candidato governista à sucessão de Tabaré Vasquez, que termina o mandato com um índice de aprovação popular em torno dos 60%.
A duas semanas das eleições marcadas para o dia 25 de outubro, a chapa da coalizão governista Frente Ampla que concorre à presidência do Uruguai mantém uma vantagem de 13 pontos em relação ao opositor Partido Nacional, informou uma pesquisa divulgada hoje pelo jornal Ultimas Noticias.
O Parlamento uruguaio aprovou a lei que reconhece a ação ilegítima e repressiva do Estado durante a ditadura militar (1973-1985) e no período prévio ao golpe de Estado (1968-1973) no país, confirmaram fontes do Legislativo. A aprovação do texto também garante o pagamento de indenizações às vítimas da repressão.
Apesar da oposição total da Igreja Católica e de uma parte da direita, o Uruguai é o primeiro país da América Latina a legalizar a adopção de crianças por casais homossexuais. Esta medida junta-se a outras já aprovadas anteriormente, como as uniões de facto entre homossexuais ou a abolição da norma que os impedia de aceder às escolas militares.
Ex-líder guerrilheiro e favorito na corrida presidencial uruguaia, José Mujica tem usado o discurso da continuidade. Ele disse que manterá intacta a atual política econômica se chegar ao poder. E afirmou que não pretende recorrer ao Fundo Monetário Internacional (FMI).
Em entrevista concedida em Quito a Fernando Arellano Ortiz, do observatório latino-americano Cronicón,* o escritor uruguaio Eduardo Galeano denuncia: “A presença norteamericana em bases militares da Colômbia não só ofende a dignidade da América Latina, mas também a inteligência”. Para Galeano, "é muito positivo" que a Frente Ampla, uma coalizão de esquerda, governe hoje o Uruguai, embora ele "não coincida com tudo o que se faz". Veja a íntegra, traduzida por Emir Sader.
Na Avenida Amazonas, em Quito, a poucos passos do hotel onde se hospedava, encontramos – como qualquer transeunte na noite do domingo, 9 de agosto – Eduardo Galeano, que havia chegado à capital equatoriana para assistir, como convidado especial, ao ato de posse do presidente Rafael Correa, cerimônia realizada em 10 de agosto. O paramos e nos identificamos para solicitar uma entrevista, à qual ele aceitou com gosto.
Por Fernando Arellano Ortiz
O candidato da coalizão governista Frente Ampla à presidência do Uruguai, José Mujica, afirmou que, caso seja eleito, poderá criar uma "Comissão de Verdade", que teria como objetivo investigar crimes contra os direitos humanos cometidos durante a ditadura que governou o país entre 1973 e 1985.
O candidato à presidência do Uruguai pela aliança governista Frente Ampla, José Mujica, e seu vice, Danilo Astori, reuniram-se ontem com a presidente do Chile, Michelle Bachelet, com quem discutiram os problemas da América Latina.
Depois de se encontrar com Lula em Brasília, o candidato à presidência do Uruguai José Mujica visitará o Chile nesta terça-feira (18) para se reunir com a presidente Michelle Bachelet. Mujica tira partido do predomínio de aliados em governos sul-americanos para reforçar suas chances de vitória na eleição de 25 de outubro, que se anuncia disputada.