Dia de reafirmar nossas bandeiras de luta
Todos os anos, no dia 1º de Maio, data consagrada à luta pelas 8 horas de trabalho, a classe trabalhadora reafirma as suas bandeiras de luta. Entre elas, uma das mais importantes: a redução da jornada de trabalho. Uma luta estrat
Publicado 28/04/2006 21:34 | Editado 04/03/2020 17:06
Neste 2006, dirijo-me aos sindicalistas cutistas do estado do Rio de Janeiro para reafirmar o 1º de Maio, como um dia de luta. A Central Única dos Trabalhadores reafirma a necessidade de construção de um modelo econômico de desenvolvimento que permita uma maior distribuição de riqueza e de renda.
Por isso, uma de nossas principais lutas, hoje, é a recuperação do poder de compra do salário mínimo para que, como determina a Constituição, este seja suficiente para atender às necessidades básicas das pessoas com educação, saúde, moradia e lazer.
Nesse sentido demos um importante passo em 2005. Por pressão do Movimento Sindical que fez duas marchas a Brasília no final dos anos de 2004 e 2005 exigindo a recuperação do salário mínimo, o presidente Lula anunciou no dia 24 de janeiro, o novo valor do mínimo: R$ 350 a partir de abril de 2006.
O novo valor do mínimo representa um crescimento real da ordem de 13% em relação ao ano passado, para um índice de inflação acumulado do ano de 5,69%.
O que queremos:
– A CUT quer a Reforma Tributária. Se os bancos pagam 9% de imposto e os trabalhadores 31%, isto tem de ser mudado.
– A CUT quer a ratificação da Convenção 158 da OIT que dificulta demissões arbitrárias ou sem justificativa. Ela pode diminuir a rotatividade de mão de obra e o conseqüente arrocho salarial. Ao gerar um certo grau, mesmo que pequeno, de estabilidade no emprego, abre-se a possibilidade de se ter uma massa crítica estável na qual o movimento sindical pode sustentar a sua ação política. E são com esses trabalhadores sem medo de perder o emprego que nós iremos retomar nossas mobilizações. A Convenção 158 é estratégica para os trabalhadores do ponto de vista social e político.
– A CUT quer a Reforma Agrária. Quer os trabalhadores em suas cidades, em suas terras, com verbas para financiar a produção.
– A CUT quer redução dos juros, desenvolvimento econômico, emprego, reforma agrária e distribuição de renda.
Neste 1º de Maio, a CUT chama os sindicatos filiados a priorizarem a luta por um novo projeto nacional de desenvolvimento, fundado na soberania e na valorização do trabalho.
Um projeto que contemple uma plataforma classista com bandeiras históricas dos trabalhadores brasileiros: redução da jornada de trabalho sem redução de salários, política de valorização permanente do salário mínimo, reforma agrária e manutenção e ampliação dos direitos sociais, entre outras.
*Jayme Ramos é presidente da CUT-RJ e membro da Direção Estadual do PCdoB/RJ