China desmente relatório americano sobre “ameaça militar”

O Departamento de Defesa Nacional dos Estados Unidos divulgou em 23 de maio o seu "Relatório Anual sobre o Poderio Militar da China de 2006". A mídia chinesa rebateu o relatório, acusando-o de deturpar o desenvolvimento do poder militar chi

O Pentágono publica o Relatório Anual sobre o Poderio Militar da China desde o ano 2000. O orçamento militar nacional tornou-se um tema indispensável. Segundo as estatísticas oficiais chinesas, o seu orçamento militar deste ano é de US$35 bilhões. O relatório americano, contudo, elaborado com base em análises das "informações de inteligência", diz que o orçamento real está entre US$70 e 105 bilhões, valor entre duas até três vezes maior do que o número divulgado pelo governo chinês. O pesquisador Shen Shishun, do Instituto de Estudos Internacionais da China, assinalou que o relatório do Pentágono está cheio de termos conjunturais como, por exemplo, "calcular", "prever" e faz avaliações imprudentes e deturpações sobre o status quo do poderio militar chinês.

"Os relatórios dos Estados Unidos sobre as forças armadas chinesas não se diferenciam muito de um ano para outro. O exagero sobre nossas despesas militares é uma das características do relatório deste ano. O relatório, repleto de termos conjunturais, não traz avaliações que possam ser classificadas como objetivas ou exatas".

Segundo o especialista, os Estados Unidos têm o maior orçamento militar mundial. Suas despesas com a Defesa vêm ultrapassando a casa de US$400 bilhões nos últimos anos, cifra que supera o total dos orçamentos militares de todos os países industrializados. Mas, acusam a China, país que segue a política de defesa preventiva, e apregoam a ameaça chinesa. Ao agir desta maneira, os Estados Unidos mostram a preocupação com o desafio à sua hegemonia causado possivelmente pelo desenvolvimento chinês e querem achar pretextos para manter sua vultosa despesa militar e ampliar a venda de armamentos ao exterior.

"Os Estados Unidos têm dois objetivos: beneficiar a indústria bélica e justificar a venda de armamentos sofisticados a Taiwan ou outras regiões; e justificar seu orçamento militar".

O relatório americano afirma, exagerada e premeditadamente, que o equilíbrio militar na região do estreito de Taiwan está inclinando-se para a parte continental da China. O porta-voz da Chancelaria chinesa Liu Jianchao considerou que é natural que a China, país soberano, desenvolva sua defesa para salvaguardar sua segurança nacional e defenda a integridade territorial. Obstinando-se na mentalidade da Guerra Fria e na retórica da ameaça chinesa, os Estados Unidos interferiram grosseiramente os assuntos internos chineses e violaram as normas que regem as relações internacionais. Liu disse: "Conclamamos que a parte americana siga a política de Uma só China, respeite os três comunicados conjuntos sino-americanos, cumpra seus compromissos contra a independência de Taiwan, ponha fim à venda de armas a Taiwan e não dê qualquer sinal errôneo às forças separatistas da ilha".

A China segue a política de defesa preventiva e a política diplomática pacífica e independente e persiste no caminho do desenvolvimento pacífico. No aspecto militar, ela adota uma atitude racional e elabora e aplica seu orçamento militar de acordo com a lei. Finalizando, o especialista em estudos internacionais Shen Shishun disse: "A China busca o desenvolvimento de seu poderio militar dentro dos limites que são permitidos a um país soberano e mantem o equilíbrio em relação ao desenvolvimento integral do país e não visa ameaçar nenhum país vizinho e não busca desenvolvimento aventureiro ou a demasia em nome da hegemonia".

Fonte: Rádio China Internacional e Xinhua