IBOPE indica disputa acirrada entre Inácio e Moroni

A pesquisa do IBOPE foi realizada entre os dias 23 e 25 de julho, em 58 municípios do Estado, reunindo um universo de 1.204 eleitores maiores de 16 anos, representando todos os segmentos da sociedade. Na pesquisa estimulada Moroni Torgan (PFL) tem 39% das intenções de votos contra 36% de Inácio Arruda (PC do B). Moroni integra a chapa do candidato Lúcio Alcântara (PSDB) ao governo do Estado e Inácio completa a chapa majoritária de Cid Gomes (PSB) ao governo.

Os demais candidatos ao Senado, Fernandes Filho (PSDC), Raimundão (PSTU) e Tarcísio Leitão (PCB) conseguirão, individualmente, 3% cada um ficando a candidata Nair Fernandes (PDT) com apenas um ponto percentual.

A pesquisa também revela a rejeição dos candidatos. Raimundão é o mais rejeitado. 38% dos entrevistas disseram que não votaria nele ´de jeito nenhum´. Tarcisio Leitão vem logo em seguida com 27% de rejeição. Inácio Arruda é o terceiro com 26% seguido de Nair Fernandes com 25%, Fernandes Filho com 24% e Moroni Torgan com 23%.

Quando a pesquisa é na parte espontânea, aquela que o entrevistador pergunta em quem o eleitor votaria para o Senado, sem apresentar a lista dos candidatos, apenas foram citados dos que realmente estão na disputa, Moroni com 5% e Inácio com 4%.

Inácio Arruda conclama a militância

“A militância a favor de uma candidatura do campo democrático, popular e de esquerda tem que lutar por esses sete pontos de diferença”. A avaliação é do candidato a senador Inácio Arruda (PCdoB), em relação aos números da primeira pesquisa Ibope para a disputa de senador no Ceará, que indicam vitória de Moroni Torgan (PFL) com 39% das intenções de votos contra 32% de Inácio Arruda. Apesar da preocupação com o fato de figurar em segundo lugar na pesquisa, Inácio se animou com os índices obtidos, lembrando ter sido o último dos candidatos ao Senado a estruturar sua campanha.

O candidato do PC do B lembra que, a essa altura da disputa – restam pouco mais de dois meses para as eleições deste ano -, os resultados são perfeitamente reversíveis. Para tanto, Inácio espera contar com a ajuda da militância de seu partido e de legendas aliadas, principalmente no Interior do Estado.

“Já disputamos eleição majoritária em Fortaleza e temos um grau de conhecimento na Capital e na Região Metropolitana. Há uma certa distância, que precisa ser buscada, no Interior”, assinala o deputado federal e candidato. Ele atenta ainda para a importância do uso dos programas de rádio de televisão como instrumento de equilíbrio da disputa.

Arruda admite ser um “desafio” despertar o interesse da população para a disputa ao Senado, que, segundo ele, “ainda não mexe com o eleitor”. “Há uma polarização muito forte para (as disputas de) governador e presidente. Estou consciente de que esse trabalho de gerar interesse para a disputa ao Senado é muito grande”, opinou.

A proximidade de ambos no resultado final é atribuída por Inácio Arruda à condição semelhante dos principais concorrentes. Tanto ele quanto Moroni foram candidatos à Prefeitura de Fortaleza em 2004. “Essa pesquisa é um retrato de um primeiro momento. Há uma situação de proximidade que reflete o fato de sermos conhecidos”, diz.

A diferença favorável ao candidato do PFL é explicada por Arruda pela exposição obtida por Moroni em seu mandato parlamentar e pela condição de dirigente partidário. “Ele tem um espaço na mídia que foi maior, enquanto eu passei os dois anos posteriores à eleição para prefeito fora do ar’’, afirma. “Isso se assemelha ao que acontece na eleição para governador. Lúcio Alcântara é mais conhecido que Cid Gomes.”

O candidato a senador do PC do B confia na capacidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sustentar uma candidatura à reeleição “extremamente puxadora de votos”. Ainda que admita que essa transferência seja relativa, ele espera ter facilidade para herdar votantes do presidente.

Inácio Arruda minimiza o índice de rejeição que obteve na pesquisa, de 26%, maior que o de Moroni (23%). Para ele, mais uma vez a sua notoriedade pode justificar esse índice. No entanto, aposta no corpo a corpo para reverter a situação. “Tudo é muito inicial. No meio do povo a aceitação é espetacular”, concluiu.

Para Moroni pesquisa reflete o momento

“Nós temos consciência de que a pesquisa que importa vai ser a de primeiro de outubro e, até lá, ainda tem muita coisa pela frente”. Desta maneira cautelosa o candidato Moroni Torgan (PFL) recebeu os números da última pesquisa do IBOPE para o Senado. O pefelista confessou ter ficado feliz com o resultado, mas ressaltou que a pesquisa reflete um momento e que a opinião do eleitor já pode estar sendo outra.

A cautela, no entanto, voltou a ser invocada: “a pesquisa tem uma limitação do momento que foi feita. Talvez, no dia que está sendo publicada, pode ser diferente a opinião do eleitor”.

Moroni declarou que sempre faz campanha com base no corpo a corpo, “com o pé no chão”. Ele acredita que esta postura contribui para que esteja bem colocado nas pesquisas. “A vontade de lutar tem que ser cada vez maior. Visitamos, falando do que fizemos e pretendemos fazer e temos recebido muito apoio do povo cearense. Sou apaixonado pelo povo cearense e tenho uma gratidão muito grande também”, confessou, ao defender o contato direto com o eleitor como meio para dar aceitação e visibilidade à campanha. Na pesquisa espontânea, Moroni aparece com 5%, enquanto Inácio conta com 4% da preferência dos eleitores.

Ao destacar que toda eleição é uma questão de confiança, em especial a majoritária, o pefelista disparou: “as pessoas vão votar naquele em que elas confiarem, naquele que não as traiu, que sempre manteve a palavra, que cumpre o que prometeu”. Moroni disse que está na moda se prometer antes da campanha e depois esquecer. “Felizmente, o meu passado mostra que tudo aquilo que prometi estou cumprindo, lutando contra a corrupção, contra os bandidos que roubam os pobres e contra o crime organizado e a violência que leva a vida da juventude. Todos os que tiverem mãos e caras limpas estarão do nosso lado”, declarou.

Fonte: jornal Diário do Nordeste