México: Juízes decidem arquivar denúncias de fraude eleitoral
O Tribunal Eleitoral do Poder Judiciário da Federação (TEPJF) do México decidiu nesta segunda-feira (28/8) arquivar as acusações de fraude feitas pelo candidato progressista Andrés Lopez Obrador, o que na prática significa a concretização virtual da vitór
Publicado 28/08/2006 15:43
Os sete juízes rejeitaram por unanimidade as acusações feitas por Obrador, que contestava os resultados da eleição do dia 2 de julho. Calderón, ex-ministro da Energia do Partido da Ação Nacional (PAN), ganhou o pleito por uma vantagem de apenas 0,58 ponto percentual, ou 244 mil votos.
Os juízes não chegaram a declarar formalmente Calderón o vencedor da eleição, mas disseram que haveria somente alterações mínimas nos resultados originais depois das recontagens e anulações necessárias nas seções eleitorais cujo resultado foi mais contestado.
“Com base nas anulações que foram consideradas necessárias, todos os partidos perderam uma quantidade considerável de votos, mas isso não afetou os resultados”, disse o juiz José Luna.
Resistência continuará
Obrador afirma que houve irregularidades graves em mais da metade das seções eleitorais. Ele exigia a recontagem de 100% dos 41 milhões de votos, e liderou manifestações populares que mobilizaram todo o México.
Apesar de claras evidências de fraude, oTEPJF já havia descartado a possibilidade de determinar uma recontagem total dos votos, e ordenou que apenas cerca de 9% das seções eleitorais tivessem nova apuração. Obrador alega que quase 200 mil votos desapareceram de algumas das seções ou apareceram em outras.
O Tribunal tem até o dia 6 de setembro para declarar formalmente o nome do presidente eleito, que substituirá Vicente Fox a partir de 1º de dezembro. A decisão é definitiva e não cabe recurso. Se a vitória de Calderón for confirmada pelo tribunal, Obrador promete dar continuidade ao movimento de resistência civil contra o adversário ou então criar algum tipo de governo paralelo.