Oposição venezuelana recebeu financiamento dos EUA

Sob o pretexto de promover a democracia, os Estados Unidos enviaram quase US$ 3 milhões a grupos de oposição ao presidente Hugo Chávez na Venezuela. A publicação de documentos que comprovam a iniciativa norte-americana causou indignação em Caracas.

A denúncia foi feita neste domingo (27/8) pela Assembléia Nacional da Venezuela. Os documentos mostram que a organização ''Súmate'' (algo como ''Junte-se'', em português) foi a principal instituição a se beneficiar dos envios financeiros de Washington.



Diante das provas, a Assembléia enviou um pedido de ''traição à Pátria'' junto ao Ministério Público. A referida organização é conhecida no país por ter sido uma das organizadoras da frustrada tentativa de golpe de estado ocorrida em 2002, além de ações como o referendo de 2004.



Os documentos mostram que a agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID, pela sigla em inglês)  enviaram US$ 2,9 milhões para grupos de oposição da Venezuela desde 2002.



Outros delitos



Além da traição à Pátria, os deputados venezuelanos também querem condenar a Súmate por outros crimes, como irregularidades eleitorais no referendo de 2004 e violação das normas nacionais do controle de câmbio vigente no país.



A Súmate, por sua vez, informa que o dinheiro foi utilizado para financiar pesquisar e realizar análises a respeito do panorama política da Venezuela.



''Pela democracia''



Segundo o portal de notícias TeleSul, o governo da Venezuela recebeu os documentos por intermédio de Eva Golinger, advogada norte-americana. Segundo ela, a USAID e o Fundo Nacional de Desenvolvimento para a Democracia são os dois principais instrumentos norte-americanos para financiar atividades ao redor do planeta, sob o pretexto de ''promover a democracia''.



Ela sustenta que os dois órgãos têm por finalidade promover mudanças em países cujos governos não seguem na linha de interesse dos Estados Unidos. Apesar de na Venezuela a iniciativa não ter sido bem-sucedida, a advogada recorda que a mesma estratégia de desestabilização já foi aplicada em países como o Haiti e a Nicarágua.