Haroldo Lima convoca, em Goiás, a militância a vestir a camisa na reta final da campanha

Em entrevista concedida durante visita ao estado de Goiás, na última terça-feira (12), Haroldo Lima, presidente da Agência Nacional de Petróleo e dirigente nacional do PCdoB, faz uma análise das eleições em 200

Em entrevista concedida durante visita ao estado de Goiás, na última terça-feira (12), Haroldo Lima, presidente da Agência Nacional de Petróleo e dirigente nacional do PCdoB, faz uma análise das eleições em 2006, na qual os comunistas lutam para romper a cláusula de barreira – um dispositivo implantado com a minirreforma eleitoral que exige  do partido 5% dos votos para a Câmara Federal.

 

 

De acordo com ele, a eleição de Fábio Tokarski no estado significa não só uma boa representação para Goiás no Parlamento, mas uma contribuição importante para impedir que o partido seja relegado à segunda categoria. Nesse sentido, ressalta a necessidade de que Aldo Arantes tenha uma votação expressiva para o Senado Federal. Ele faz um apelo para que a militância vista a camisa nessa reta final de campanha e que não se contente com as pesquisas eleitorais.

 

 

 

Acompanhado de Fábio Tokarski, candidato à deputado Federal e de Aldo Arantes, candiato ao Senado, Haroldo Lima visitou as obras da construção da primeira usina de biodiesel do estado, no Distrito Agroindustrial de Anápolis(GO). Às 16 horas, na Assembléia Legislativa, recebeu o Título de Cidadão Goiano e, à noite, participou à noite de encontro com a militância do PCdoB.

 

 

Na sua avaliação, o que representa a eleição de Fábio Tokarski para o Congresso Nacional?

Haroldo Lima: Examino essa eleição sob dois aspectos. Primeiro, a representação de Goiás na Câmara Federal. Fábio Tokarski é um dos melhores parlamentares do estado de Goiás nesse momento. Além de ser destacado, ele é um político com idéias muito avançadas sobre o Brasil e o  desenvolvimento nacional . Essas idéias são acalentadas há tempos pelo PCdoB , que constitui a frente parlamentar dos partidos progressistas  que apóiam Lula Presidente da República. Ou seja, Tokarski é uma boa representação parlamentar de Goiás na Câmara Federal.


 


Segunda questão. Pela ótica da esquerda, do lado dos comunistas, estamos diante do desafio de ter que enfrentar uma cláusula de barreira dos 5% para os votos que serão dados ao nosso partido para a Câmara Federal. Se não conseguirmos esses 5% de votação, estaremos ameaçados de sermos considerados uma espécie de partido de segunda categoria.


 


Por isso, votar em Fábio Tokarski significa nos ajudar a termos mais condições de lutar para que isso não ocorra. Ou seja, para que o nosso partido continue sendo respeitado como sempre foi. Evidentemente que vamos fazer esse alento de qualquer maneira, mas naturalmente desejamos fazer nas melhores condições elegendo um Deputado Federal  com votação expressiva.


 


Uma eleição como a de Fábio sob esse ângulo não pode ser vista apenas como o atingir de um patamar mínimo para conquistar um mandato.  Nós queremos que seja uma eleição com votos bem acima para poder compensar o prejuízo que possamos  a ter em outros estados.


 

 

Em 2006, o PCdoB apresenta como novidade o lançamento de vários candidatos ao Senado Federal, inclusive, com chances concretas de serem eleitos. O que isso representa para o partido?

Haroldo Lima: Esse é um dado muito importante. Temos diversos candidatos à Senador no país que são excelentes parlamentares, pessoas de muita capacidade e de muitos votos. No Rio de Janeiro,  temos Jandira Feghali que está liderando em várias pesquisas ao Senado. No Ceará, temos Inácio Arruda e em Goiás, a candidatura de Aldo Arantes que está crescendo bastante. O que a direção nacional do PCdoB está percebendo é que  se esses candidatos todos tiverem, juntos, um bom desempenho, nós podemos chegar ao Senado com mais de 5% dos votos computados para a Casa. Isso significa mais um argumento sólido e forte para enfrentarmos a cláusula de barreira. Supomos que não tenhamos atingido os 5% na Câmara, mas atingiremos os 5% no Senado.


 


Então, como vão querer passar um partido que teve mais de 5% no Senado, só porque não teve mais de 5% para a Câmara? Esse tipo de batalha é sólida, consistente e nos favorecerá bastante. Razão pela qual estamos trabalhando para que haja muito empenho no sentido de conquistar sólidas votações dos nossos candidatos à Senador. No caso específico para Aldo Arantes aqui em Goiás, ainda que ele não seja eleito, queremos o maior número de votos possível para poder ajudar a conseguirmos atingir mais de 5% dos votos para o Senado Federal.


 


Qual avaliação que o senhor faz das conquistas promovidas no Brasil com a gestão de um operário, pela primeira vez na história, na  Presidência da República?

Haroldo Lima: É um balanço muito positivo. Na realidade, o balanço não pode ser feito estaticamente. Lula quando assumiu a Presidência da República e o vínculo que está em torno dele quando assumimos os cargos – nós todos da base de governo — estávamos sem nenhuma experiência. Nunca estivemos na máquina do governo. Por isso, quando se cobra que nós cometemos erros, não precisa ter surpresa: cometemos mesmo. É assim que aprendemos a fazer as coisas.


 


Aprendemos a nadar, nadando no curso de passagem da natação. Tivemos muitas vezes que atravessar águas profundas,  bebemos muita água e quase morremos afogados. Mas conseguimos aprender a nadar, estamos nadando agora já de braçada. Estamos nos preparando bem para a segunda parte do governo, no qual os erros que cometemos no passado, as debilidades, as inexperiências, as lacunas que tínhamos, deixaram de existir.


 


Vamos para essa segunda etapa de governo com muito mais confiança. Vamos articular e agarrar na questão central – especialmente o PCdoB – tem levantado muito a página  do Governo Lula. Esse primeiro governo  terminamos arrumando a casa: controlamos a inflação, as contas externas, não permitimos que o dólar estourasse e o risco-Brasil fosse lá para cima, ajudamos o povo a melhorar suas condições de vida. A situação salarial é melhor do que era, assim como a educação e a saúde dos mais humildes.


 


Agora, com base nesses avanços reais – que foram os maiores que já tivemos nas últimas décadas no Brasil – estamos insatisfeitos. Avaliamos que o próximo governo de Lula deve se apoiar nesses avanços e dar saltos maiores ainda no rumo do desenvolvimento efetivo, consistente, sólido, elevado para o nosso país. E é o que nós vamos conseguir. 


 

Com sua ampla experiência política, qual é a mensagem que o senhor deixa para a militância nessa reta final de campanha?

Haroldo Lima: Acredito que  devemos ter uma idéia clara de que estamos com possibilidades eleitorais sólidas, vamos dirigir nossos deputados, Lula – provavelmente no primeiro turno – mas não iremos nos contentar e nem nos conformar com essa expectativa  de vitória. Inclusive porque essa possibilidade não é uma informação concreta. Pode acontecer ou não. Todos que são militantes e ardorosos defensores das transformações das brasileiras e de que o PCdoB continue como um partido aguerrido como se fosse fermento na massa, que é o nosso papel.


 


Mesmo nos 15 dias que venham a faltar ou na semana final, que nós vistamos a camisa da campanha. Vamos com força para as ruas, cumprir nossas tarefas, arregaçar as mangas e levar para adiante os nossos objetivos. Não permitir que, por essa ou aquela razão, na hora final, nós estejamos mais desanimados ou com um pique menor do que era de se esperar.




Carolina Skorupski


Da Redação Local