Chanceler da Venezuela protesta contra detenção nos EUA
O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Nicolás Maduro, denunciou ao governo dos Estados Unidos e ao secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, sua detenção neste sábado (23), durante 90 minuto, no Aeroporto John F. Kennedy, em Nova York. Ma
Publicado 24/09/2006 15:05
O jornal The New York Times deste domingo cita um porta-voz do Departamento de Estado, Gonzo Gallego, que “lamenta” o ocorrido. “O governo dos Estados Unidos pede desculpas ao chanceler Maduro e ao governo venezuelano”, disse Gallego.
Insultos e ameaça de agressão
A segurança do aeroporto obrigou o ministro a passar duas vezes pelo detector de metais, depois conduziu-o a uma saleta e quiz que ele tirasse a roupa. Insultou-o e ameaçou agredí-lo fisicamente. A Casa Branca deu a entender, não-oficialmente, que a culpa teria sido do ministro, que não teria se identificado quando lhe pediram seus documentos de viagem.
“Fomos objeto de uma detenção ilegal por parte do governo dos Estados Unidos”, afirmou o diplomata. Ele relatou que pediram que erguesse os braços e afastasse as pernas para ser revistado. Na qualidade de ministro das Relações Exteriores, Maduro está amparado pela Convenção de Genebra, que o exime de qualquer controle de fronteira.
Represália ao discurso de Chávez
O episódio foi visto na Venezuela como uma represália ao discurso do presidente Hugo Chávez na Assembléia Geral da ONU. Em sua fala, Chávez chamou o presidente George W. Bush de “diabo”.
“O diabo esteve aqui ontem”, disse Hugo Chávez na quarta-feira, um dia depois da visita de Bush. “Sinto o cheiro de enxofre”, agregou, em uma das falas de maior repercussão da 61ª sessão da Assembléia Geral. Depois, o presidente explicou e defendeu a expressão, dizendo que Bush já o chamou de coisas muito piores.
Com agências