PCdoB assume desafio de ampliar votação de Lula em SP

Reunidos em grande plenária na capital paulista, os comunistas de São Paulo decidiram concentrar todas suas energias na batalha do segundo turno das eleições para ajudar a levar Lula à vitória.

Nas intervenções, ficou clara a consciência de que foi no estado de São Paulo que a onda conservadora capitaneada pela mídia, para levar as eleições para o segundo turno, teve maior impacto. Já nos pleitos anteriores os comunistas registravam que o estado havia se configurado como um forte reduto da oposição conservadora. No primeiro turno deste ano, no entanto, formou-se uma verdadeira onda contra o campo das mudanças, que procurou inibir os eleitores de Lula e acabou intimidando parte do eleitorado. Foi uma combinação da campanha descarada da mídia e da máquina política e social das elites.


 


“São Paulo não pode ser expressão só das idéias da elite. É preciso chamar o povo de São Paulo para se manifestar”, afirmou Nádia Campeão, presidente estadual do PCdoB.


 


“O segundo turno será polarizado e radicalizado”


 


Presente na plenária, o presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, afirmou que agora a campanha será polarizada e radicalizada, que agora são dois campos bem definidos e que é preciso chamar o povo para decidir em favor de Lula.
“É preciso trazer à tona o debate de fundo: Alckmin representa o mercado, a volta das privatizações, o corte de investimentos sociais, é esse conteúdo que eles querem esconder com o pretenso debate ético. Justo quem, a turma de FHC e do PFL falando em ética”.


 


Rabelo conclamou os comunistas para a batalha do segundo turno: “A batalha do segundo turno tem dimensão histórica, é a batalha decisiva pelo futuro do país”. Disse ainda que apesar do revés sofrido pelos comunistas no estado, é necessário ir à luta: “O Partido de São Paulo  é um Partido de quadros, um Partido de qualidade e saberá enfrentar o desafio de superação”.


 


“A batalha do segundo turno exige a ampliação de forças e reorientação dos focos de campanha. Lula pode vencer e vencerá. São Paulo é decisivo pra isso” disse Renato.
Acerca da cláusula de barreira e da forma que a mídia está tratando o assunto, o presidente nacional do Partido foi enfático: “O PCdoB não sumirá e não se fundirá, eles não conhecem nada do Partido. Já enfrentamos momentos mais difíceis e não sumimos”.Informou ainda que o Partido travará em todas as instâncias jurídicas e políticas a luta pelo direito de atividade plena do PCdoB, sem os constrangimentos representados pela cláusula de barreira que foi caracterizada como um entulho autoritário.


 


Tudo pelo segundo turno


 


Nádia Campeão disse que o Partido de São Paulo saberá fazer uma análise profunda e comprometida sobre a derrota eleitoral, mas que isso será feito após o segundo turno, pois o momento é de completa concentração das energias dos comunistas na eleição de Lula.


 


“Não colhemos os resultados que desejávamos. No momento certo, após levarmos Lula à vitória no segundo turno, vamos realizar um debate coletivo e organizado para tirarmos conseqüências para nosso Partido aqui no estado” afirmou a presidente do PCdoB/SP e completou: “É preciso que a avaliação não seja individual, deste ou daquele quadro ou militante, é preciso que seja feita através de um debate organizado com todo o Partido e expresse a opinião do coletivo”.


 


Sobre o segundo turno Nádia afirmou: “Parte do eleitorado de São Paulo foi tangida a votar contra Lula. Vamos para as ruas para chamar o povo para assumir seu campo. É verdade que a elite tem força em São Paulo. Mas, também tem o contraponto, nosso campo, o movimento social, o povo, que precisa ser chamado para dar a vitória à Lula”.


 


Mobilização


 


Foi afirmada a necessidade de rapidamente reunir todas as bases comunistas, envolver amigos e apoiadores para participar ativamente do segundo turno.


 



Na próxima terça-feira haverá um ato político com a presença de Lula no Clube Tietê, às 19 horas e a orientação é que os militantes participem ativamente. Decidiu-se também que o Partido produzirá material próprio para fazer a campanha do segundo turno e que ocupará a Praça Ramos, no centro da capital, todos os sábados até a eleição.


 



A juventude apresentou também um conjunto de iniciativas para a campanha, que começa com uma ocupação da Avenida Paulista na próxima quarta-feira.


 


Rovilson Britto, de São Paulo