Messias Pontes: O ódio da direita tem o céu como limite

A atrasada elite brasileira, para reconquistar o poder político central, perdido em 2002, é capaz até de fazer uma boa ação. Para ela, todos os fins justificam os meios.

O que se tem visto nos últimos quatro anos, em especial nos últimos três meses, não tem similar em nossa história. Sua principal arma é a mídia grande, notadamente o sistema Globo de Comunicação e a revista Veja, que destila ódio por todos os poros. Nessas empresas de comunicação, incluindo ainda o “Estadão”, a Folha de São Paulo e outros jornalões, o Código de Ética do Jornalista foi deletado de suas redações. Sem medo de errar, podemos dizer que temos uma das piores imprensas do mundo.



O que salva são as honrosas exceções. E aqui é oportuno enfatizar a oportuna e magnífica reportagem dos jornalistas Raimundo Pereira e Antonio Carlos Queiroz nas duas últimas edições da Carta Capital – sem sombra de dúvida a melhor revista semanal brasileira da atualidade – que, com muita competência e ética, desmascararam a canalhice das empresas dos Marinho e dos Civita. Também merece destaque a posição dos jornalistas Luis Nassif e Paulo Henrique Amorim ao denunciarem o golpismo midiático que levou a eleição presidencial para o segundo turno.



Mas não é só usando o capachismo da mídia grande e de jornalistas amestrados que a elite brasileira destila todo o seu ódio contra o povo. Na presente campanha, muito mais que na de 1989, o preconceito contra o cidadão Luiz Inácio Lula da Silva e os que não habitam a casa grande, extrapolou todos os limites do tolerável. Basta ver circulando em carros de luxo o adesivo com uma mão de quatro dedos dentro do círculo sinalizando proibição, numa referência ao presidente Lula. Outro fato nojento de preconceito contra os milhões de Lulas deste País pode ser observado diariamente à noite, no cruzamento da Rui Barbosa com Antonio Sales, durante o bandeiraço e adesivaço pró-Lula, quando uns idiotas emplumados passam em carros de luxo e gritam a todo o pulmão: “pobreeeeza”!



Mas o fato mais emblemático do ódio e da hipocrisia da direita tucano-pefelista ocorreu semana passada, num restaurante da zona sul do Rio de Janeiro, quando a jornalista emplumada Ana Cristina de Castro arrancou, com uma mordida, parte do dedo anelar esquerdo da publicitária Danielle Tristão. Tudo porque a publicitária vestia uma camiseta de apoio a Lula. Os tucanos ali presentes ainda tiveram o descaramento de dizer que o comiam para que Danielle tivesse no corpo a marca do Lula. Para desespero dessa elite podre, que fede, a marca do Lula está na alma do povo que é maioria, que vai reelegê-lo e que vai defendê-lo das tramas dessa canalha golpista.



O anti-jornalismo da Globo, da Veja e de outros instrumentos das elites conseguiu, com a ajuda de alguns calhordas petistas, levar a eleição para o segundo turno. Mas a trama foi desmascarada tão rapidamente que está deixando a tucanada-pefelista desorientada.



Com a tradição golpista que tem, a direita brasileira não se dar por vencida, mesmo diante da distância que separa Lula do Geraaaaaaldo. É preciso que as forças democráticas e populares estejam alertas, pois até domingo muita sujeira vai ser vista nas paginas da Veja e na tela da Globo. Essa gente é capaz de tudo. É preciso saber que, além de ave de rapina, o tucano brasileiro também é canibal .Não esqueçamos da canalhice da Globo contra Leonel Brizola, em 1982, e contra Lula, em 1989. Vamos avermelhar as ruas até domingo com nossas camisas e bandeiras.


 


Messias Pontes é jornalista