Lucia Antony protesta contra preconceito religioso na Câmara Municipal de Manaus

A vereadora Lucia Antony (PCdoB) protestou contra a falta de espírito democrático por parte da maioria dos parlamentares da Casa Legislativa.

Autora da proposta de criação do “Parque dos Orixás”, projeto-de-lei rejeitado na Câmara Municipal no último dia 6 de dezembro, por 20 votos a oito, a vereadora Lucia Antony (PCdoB) protestou contra a falta de espírito democrático por parte da maioria dos parlamentares daquela Casa Legislativa: “A votação foi uma demonstração de intolerância religiosa dos vereadores e provou que a Câmara Municipal  é preconceituosa”, afirmou, acrescentando que, independente do mérito (que deveria ser discutido posteriormente no âmbito das comissões técnicas), a Casa não aceitou sequer conhecer a proposta.


 


Lucia Antony explica que a idéia surgiu a partir de conversas travadas entre representantes de organizações ligadas aos movimentos afro-brasileiros e da Secretaria Municipal de Limpeza e Serviços Públicos (Semusp), como solução para um impasse, uma vez que os praticantes do Candomblé e da Umbanda têm um culto ligado à natureza e as oferendas são realizadas, em sua maioria, em diversas áreas próximas ao Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, ao longo da estrada do Tarumã, o que acaba atraindo animais, como cachorros e urubus, colocando em risco o trânsito dos carros e até mesmo o tráfego aéreo, no caso dos urubus, além de dificultar o trabalho de limpeza pública. A vereadora destaca ainda que um parque nesses mesmos moldes já existe na cidade do Rio de Janeiro, onde é feito em conjunto todo um trabalho de preservação do meio ambiente.


 


Ironicamente, na mesma sessão, por 23 votos a um, o plenário aprovou, em primeira discussão, um projeto de lei de autoria de um dos vereadores que compõem a bancada evangélica da Casa, que institui o dia 18 de junho como o Dia das Assembléias de Deus e do Movimento Pentecostal.


 


De Manaus
Rosangela Alanis