Estudantes baianos vão às ruas contra aumento das passagens

O decreto da Prefeitura causou confusão desde cedo nos terminais e pontos de ônibus da capital. Tudo porque, de acordo com o decreto, esse novo valor entraria em vigorno sábado, mas o prefeito determinou que as empresas continuassem cobrando R$ 1,70 e só na terça-feira começassem a cobrar os R$ 2. Centenas de estudantes foram às ruas nessa segunda (22) para protestar contra o reajuste. Segundo Jéferson, a mobilização deve continuar:

“Iremos nos reunir na terça em plenária para discutir os novos protestos. Se ficar decidido, vamos pedir uma audiência com o prefeito”, disse. Em entrevista ao jornal “A Tarde”, o estudante justificou as manifestações: “Não concordamos com nenhum tipo de aumento, porque o argumento de que é preciso aumentar a tarifa para qualificar o transporte não justifica. Eles sempre utilizam esse argumento e a melhoria nunca acontece, pelo contrário, a situação dos ônibus só piora”.

Desoneração
Além de serem contra o reajuste de 17,6% no preço das passagens, os representantes do movimento estudantil também reivindicam que o valor das tarifas em Salvador seja desonerado. O valor da passagem em Salvador é calculado de acordo com os usuários pagantes do sistema de transportes.

A gratuidade é concedida para funcionários púbicos, oficiais de justiça, policiais civis e militares e funcionários dos Correios. Segundo os estudantes, o poder público é quem deveria garantir e custear o transporte desses usuários e não transferir a conta para o preço das tarifas.

Hoje são 18 empresas que atuam em Salvador, no ramo do transporte coletivo urbano, envolvendo 430 linhas. São aproximadamente 40 milhões de passagens mensais, das quais pelo menos 10% são oriundas do direito à gratuidade. O último reajuste da tarifa de ônibus em Salvador ocorreu em setembro de 2005.