Dívida pública cai pelo terceiro ano seguido no Brasil

A dívida líquida do setor público em relação ao PIB (Produto Interno Bruto) apresentou queda pelo terceiro ano seguido. Ela fechou 2006 em 50%, contra 51,5% em dezembro do ano anterior. Em 2004 era de 51,7% e 57,2% em 2003.

A dívida em relação ao PIB está no menor patamar desde dezembro de 2002, quando chegou a 48,8%.



Para Altamir Lopes, chefe do Departamento Econômico do Banco Central, o comportamento da dívida em 2006 fez com que ela retornasse ao patamar anterior a crise de 2002, quando o Brasil foi atingido por uma crise de confiança. Naquele ano, ela fechou em 55,5% do PIB. “Se a nossa expectativa se confirmar, nós vamos ter redução da dívida pelo quarto ano consecutivo”, disse.



Contribuíram para a queda de 1,5% no ano o superávit primário (4,32% do PIB ou R$ 90,144 bilhões), o crescimento do PIB, a apreciação do real frente ao dólar e recursos adquiridos com privatizações e reconhecimento de dívidas. No sentido contrário, tiveram impacto sobre a dívida a paridade de moedas estrangeiras e a apropriação de juros.



Para este ano, a previsão é que a dívida chegue em dezembro a 48,8%, mesmo patamar de 2000.



Superávit além da meta
Com o resultado de 4,32% do PIB, o governo cumpriu com pequena folga a meta de 4,25% estipulada para o superávit primário de 2006.



O superávit primário é a economia que o governo faz para garantir disposição de recursos para pagar os juros de sua dívida.



O resultado de 2006, apesar de mostrar essa folga, ficou abaixo dos números de 2005, quando a economia do governo para o pagamento de juros havia totalizado R$ 93,505 bilhões, ou 4,83% do PIB.