Vanessa cobra posição da Câmara sobre declarações do ministro do STF
As declarações do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marcos Aurélio Mello, propondo trocar seu salário com o de deputado federal, provocaram reações diversas nesta terça (06) na Câmara dos Deputados. A deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) co
Publicado 06/02/2007 19:04 | Editado 04/03/2020 16:13
Marcos Aurélio Mello fez o desafio aos deputados após comentar à proposta de congelar os salários do Judiciário. Os ministros do STF ganham R$ 24,5 mil e o vencimento do parlamentar é de R$ 12,8 mil.
Para a deputada Vanessa, é preciso ficar claro que a cota de telefone, verbas para contratar assessores, indenizatória e de passagem não fazem parte do salário. “O deputado apenas indica e esta Casa contrata, paga e verifica a presença ou ausência (dos funcionários). Sobre verba de passagem, o deputado não vê um centavo, da mesma forma a indenizatória”, disse. Ela defendeu a aprovação de um teto para o funcionalismo público, maior transparência e fiscalização dos gastos feitos pelas instituições.
Em resposta a deputada, Arlindo Chinaglia disse que as declarações do ministro foram espirituosas e que ele fez um voto de pobreza, uma vez que o seu salário é de R$ 24 mil e do deputado um pouco menos de R$ 13 mil. “Quanto ao resto, creio que, se algum deputado ou deputada julgar oportuno, a tribuna é o lugar adequado para as respostas. Não devemos fazer de uma declaração isolada, por mais ilustre que seja o ministro, uma eventual disputa entre a opinião do STF e da Câmara”, argumentou Chinaglia.
O mesmo entendimento não teve o deputado Pedro Fernandes (PTB-MA): “Presidente, desculpe-me, mas ele é o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ou temos medo do Judiciário? Eu quero trocar o meu salário com o dele. Eu aceito efetuar a troca; basta Vossa Excelência autorizá-la”.
De Brasília,
Iram Alfaia