Criação de empregos formais tem leve queda em 2006

O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de 2006 registrou a abertura de 1.228.686 novos empregos com carteira assinada na economia, o que representa uma queda de 2% em relação ao número de empregos criados em 2005 (1.253.981). Os dados fora

A oferta de novos empregos com carteira assinada no ano passado foi destaque nos serviços (521,6 mil), no comércio (336,7 mil), na indústria de transformação (250,3 mil) e na construção civil (85,8 mil). A agropecuária, que em 2005, havia eliminado 12,8 mil vagas formais, em 2006, teve uma pequena recuperação com a geração de 6,5 mil novos postos de trabalho.



O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, considerou o resultado do ano “razoável” e “praticamente igual ao ano anterior”. Um dos motivos apontados pelo ministro para essa redução é a taxa de câmbio, que por ter ficado muito próxima a R$ 2 durante o ano passado favoreceu o aumento de importações.



O ministro responsabilizou, além do câmbio, a política de juros do Banco Central. Segundo ele, a criação de novas vagas com carteira assinada no ano passado poderia ter sido maior se “os juros tivessem caído mais e o câmbio tivesse reajustado em um patamar favorável às exportações da indústria nacional”.



“Isso é um alerta muito importante para a equipe econômica do governo, particularmente o Banco Central”, disse. De acordo com Marinho, muitas empresas brasileiras tomaram decisões de investimento no exterior por causa da pressão cambial.



Ele reconheceu que a taxa de câmbio no País é flutuante e afirmou que suas críticas “não pretendem simplificar o debate, dizendo que o BC não fez porque não quis, mas o câmbio precisa flutuar de acordo com o interesse do País e a decisão de patamar de juros reais influencia como ele flutua”, disse.



Erro permanece
Marinho, durante entrevista à imprensa em que detalhou os números do mercado de trabalho formal em 2006, voltou a afirmar que “o Banco Central errou em 2005 e está errando de novo ao desacelerar o ritmo de redução dos juros”, referindo-se à última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em que a taxa básica de juros, a Selic, foi cortada em 0,25 ponto porcentual, para 13% ao ano, e não em 0,5 ponto como vinha ocorrendo.



Por outro lado, o ministro afirmou que as medidas adotadas pelo governo federal, de desoneração tributária de alguns setores econômicos, contribuíram para o resultado positivo na geração de empregos. “A construção civil é o melhor exemplo disso e também a nossa grande aposta para a manutenção do ritmo de oferta de postos formais em 2007”, afirmou o ministro. Ele evitou citar um número como meta para este ano, mas afirmou que aposta que este ano haverá uma oferta superior de novos postos.