Nicarágua: Destruição de mísseis gera polêmica com os EUA

A Nicarágua ficará em desvantagem militar frente aos seus vizinhos da América Central se realizar a eliminação dos mísseis antiaéreos SAM-7, exigida pelos Estados Unidos. Sob esse argumento, a maioria dos deputados do país se nega a colocar em votação a p

Em 2003, o governo nicaragüense – então liderado pelo conservador Enrique Bolaños – prometeu aos Estados Unidos a destruição da maior parte dos cerca de dois mil SAM-7 doados ao país pela extinta União Soviética na década de 1980.



“O incremento da força aérea de Honduras, mesmo que não seja de combate, facilita a possibilidade de a Nicarágua ficar em desvantagem no balanço de força que está criando com Honduras”, disse o deputado Wilfredo Navarro, vice-presidente do Congresso nicaragüense. “O momento para debater este tema não é adequado”, disse, após reunião de parlamentares com o chefe do Exército, o general Omar Halleslevens.



Para aprovar a destruição dos armamentos são necessários 56 votos dos 92 deputados da Assembléia Nacional. Quando os mísseis foram doados, o presidente do país era o ex-guerrilheiro sandinista Daniel Ortega, que em 10 de janeiro assumiu a Presidência do país pela segunda vez. Ortega não tem intenção de destruir os mísseis.



A destruição de 651 dos 1.051 mísseis restantes, prevista pelo Congresso anterior a pedido do governo de Bolaños, ainda pode ser debatida e votada se a direção da Casa decidir o assunto nesta semana.