PDT diz a Lula que quer ministério compatível com o partido

Carlos Lupi citou interesse pelas pastas do Trabalho, Previdência e Educação.

Após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, disse nesta terça-feira que a legenda informou a Lula que aceitaria assumir um ministério compatível com o partido, como a pastas do Trabalho, da Previdência e da Educação, na condição de aliada do governo.


 


Pouco antes, ainda no Palácio do Planalto, Lupi havia mencionado também as áreas de Minas e Energia e de Transporte. Lula, segundo o relato de Lupi, respondeu que está fazendo um levantamento dos cargos disponíveis e que, na próxima semana, volta a chamar os pedetistas para apresentar a proposta.


 


Segundo o relato, a conversa sobre esse assunto durou cerca de 15 minutos, e, depois, o presidente passou a falar de outros assuntos, como, por exemplo, do empenho do governo em aprovar no Congresso os projetos e medidas provisórias do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).


 


Jefferson Pres sai da oposição


 


Jefferson Peres: “apoio crítico”


A reunião do PDT com Lula também marcou a saída do senador Jefferson Peres (PDT-AM) do grupo de senadores que fazem oposição ao governo.  


 


Depois de participar da reunião com o presidente, Peres anunciou que não está mais na oposição e que agora terá um comportamento de “apoio crítico” ao governo Lula.


 


O senador justificou que a mudança de posição obedece a uma “questão partidária”. O PDT, que rompeu com Lula no primeiro mandato, reatou os laços com o governo. “Mudei porque agora o partido não está mais na oposição”, disse.


 


No encontro com Lula, Peres ressaltou que passou quatro anos fazendo oposição ao governo, mas que concordava com dois pontos fundamentais da gestão petista: as políticas econômica e a social. “Quando todo mundo gritava pela aceleração da queda de juros, eu dizia que ele estava certo. Lula teve a lucidez de entregar a política econômica ao Banco Central e hoje ele sinalizou que isso não vai mudar. O Bolsa Família é um bom programa, embora ache que deveria ter uma porta de saída”, afirmou.


 


Segundo presentes na reunião, Lula teria se levantado e apertado a mão do senador em retribuição.


 


Peres negou que tenha mudado de posição visando ocupar cargos no governo. “Eu sempre fui contra que o PDT participasse do governo para que isso não parecesse barganha. Eu não quero cargos e nunca quis, nem quando fui senador pelo PSDB no governo Fernando Henrique”, disse.


 


O senador disputou a eleição presidencial de 2006 como vice na chapa encabeçada por Cristovam Buarque (PDT). Na campanha e antes dela, Peres foi uma das vozes mais críticas ao governo Lula, sobretudo durante os escândalos de corrupção que atingiram o PT e o Planalto.


 


Ele chegou a afirmar que a reeleição de Lula no primeiro turno seria um risco para o país porque ele se sentiria um “semideus” e ficaria de “salto alto” a ponto de desrespeitar as instituições.


 


Fonte: Agência Estado