Eron deixa parlamento e assume Sepror
Por Mariane Cruz, de Manaus
O deputado estadual Eron Bezerra se despede nesta sexta-feira do Parlamento amazonense rumo à Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror). A posse do comunista acontece de manhã no auditório da reitoria da
Publicado 22/02/2007 19:25
A cerimônia oficial ficará sob a responsabilidade do Palácio do Governo, mas a militância do PCdoB deve fazer a diferença neste ato. É que será a primeira vez, no Amazonas, que um comunista ocupará um cargo no alto escalão do Poder Executivo Estadual. Militantes e filiados devem levar bandeiras, faixas e cartazes ao auditório e quebrar todos os protocolos oficiais da posse. “Será uma grande festa. Um ato público”, define o presidente estadual do PCdoB, Antônio Levino.
Eron não pretende seguir à risca um discurso elaborado. “Sou adepto dos discursos improvisados e é assim que vou fazer amanhã”, afirma. O deputado vai distribuir um documento contendo uma abordagem de concepção sobre o setor primário e as metas a serem desenvolvidas na secretaria.
Eron Bezerra é engenheiro agrônomo por formação e professor de Climatologia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), de onde está licenciado desde que assumiu o primeiro mandato de deputado estadual, em 1991. Ele também é membro das direções estadual e nacional do PCdoB, partido que fundou no Amazonas, no fim da década de 70.
Esta será a primeira vez que o comunista se torna governista. Ao longo dos 16 anos que esteve na Assembléia Legislativa do Estado (ALE), Eron teve orientação oposicionista. Seu mandato sempre foi marcado pela fiscalização do Poder Legislativo e pela defesa dos trabalhadores e da Amazônia. Ele presidiu a Comissão de Meio Ambiente e Assuntos Amazônicos durante o período em que esteve na casa legislativa.
Metas
Entre os projetos que pretende desenvolver à frente da Sepror, Eron destaca o “Analfabetismo Zero no Campo”, a elevação do nível de renda dos agricultores, o programa “Hortas Coletivas de Manaus”, a informatização de todos os escritórios do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Estado do Amazonas (Idam), entre outros.
Desde que foi confirmado na Sepror, Eron procurou se inteirar sobre o funcionamento do sistema. Reuniu com os funcionários da casa, com trabalhadores e empresários ligados ao setor primário no Amazonas, com órgãos que pretende fazer convênios, inclusive os do próprio Estado, e até com o Banco Mundial e Petrobras. “Nosso objetivo é firmar parcerias com as outras secretarias, que muitas vezes não são demandadas. De início, percebi que o Estado não dialoga com ele mesmo”, diz.